Até este sábado, o Rio Grande do Sul deve iniciar a campanha de vacinação contra a febre aftosa em cerca de 30 municípios que fazem fronteira com o Uruguai e a Argentina. A decisão foi tomada ontem, depois de uma reunião a portas fechadas entre o ministro da Agricultura, Marcus Vinícius Pratini de Moraes, e o governador do Estado, Olívio Dutra.
A região de Santa Catarina que faz fronteira com a Argentina também deve fazer parte desse cinturão de vacinação – chamado de zona tampão. A condição sanitária dos dois estados, de livre de aftosa com vacinação, não seria prejudicada. A proposta do governo federal, aceita pelo Estado, imunizará o gado somente nas áreas consideradas de maior risco, próximas à Argentina e ao Uruguai.
A estratégia havia sido apresentada ao Ministério da Agricultura na segunda-feira pela Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) e pela Comissão de Agricultura e Pecuária da Assembléia Legislativa. A expectativa do secretário da Agricultura, José Hermeto Hoffmann, é de que até sábado a campanha de vacinação seja iniciada na região fronteiriça, onde se encontra cerca de 10% do rebanho gaúcho, ou 1,3 milhão de cabeças.
Pratini deve falar ainda hoje sobre o plano com o governador de Santa Catarina, Esperidião Amin. O secretário da Agricultura catarinense, Odacir Zonta, antecipou que admite vacinar o gado na fronteira, desde que a condição sanitária não seja ameaçada.
A decisão causou nova polêmica entre os produtores. O vice-presidente da Associação Brasileira de Angus, Fábio Gomes, acredita que a imunização de parte do Estado provocará o isolamento de algumas regiões e não garantirá proteção total ao rebanho. O pecuarista José Paulo Cairoli, de Uruguaiana, também considerou a estratégia insatisfatória.
De acordo com o ministro da Agricultura, o Rio Grande do Sul continuará apto a pleitear o status de livre de aftosa sem vacinação pela Organização Internacional de Epizootias (OIE), em maio de 2002.
fonte: Zero Hora, adaptado por Equipe BeefPoint