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Fatia na Beyond Meat ‘engordou’ lucro da Bunge

A americana Bunge, uma das maiores empresas de agronegócio do mundo, reportou ontem um lucro líquido de US$ 214 milhões no segundo trimestre. No mesmo intervalo do ano passado, a companhia registrou prejuízo de US$ 12 milhões. A receita líquida chegou a US$ 10,1 bilhões, o que representa uma queda de 17% em relação aos US$ 12,1 bilhões de um ano antes.

“O segundo trimestre foi beneficiado por questões temporais e pela contribuição de um investimento de risco”, afirmou, em nota, o CEO da Bunge, Greg Heckman.

O investimento a que o executivo se refere é o feito pela BungeVentures na Beyond Meat, empresa de proteínas alternativas conhecida pelo hambúrguer à base de ervilhas. No segundo trimestre, a Bunge teve um ganho (sem efeito no caixa) de US$ 135 milhões com a Beyond.

Neste ano, a Beyond fez uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na Nasdaq, tornando-se uma das queridinhas dos investidores. Desde que abriu o capital, em maio, o preço das ações da Beyond triplicou, valorizando a fatia da Bunge, que não se desfez das ações que detém na companhia americana de proteínas alternativas.

Além do impacto positivo do investimento na Beyond Meat, o CEO da Bunge avaliou que “os resultados operacionais, por sua vez, ficaram em linha com as nossas expectativas. Continuamos comprometidos em melhorar o desempenho operacional, otimizando nosso portfólio e fortalecendo o controle financeiro”, afirmou Heckman.

No segundo trimestre, o lucro antes de juros e impostos (Ebit, na sigla em inglês) da Bunge ficou em US$ 354 milhões no trimestre, quatro vezes mais que os US$ 71 milhões de um ano antes.

No segmento de agronegócio (onde está o negócio de trading), as vendas líquidas da Bunge somaram US$ 7,1 bilhões entre abril e junho, queda de 19% ante o mesmo período de 2018. O Ebit dessa divisão somou US$ 182 milhões, incremento de 71,7% ante os ante US$ 106 milhões de um ano antes.

“Em grãos, os resultados da originação melhoraram na América do Sul, que se beneficiaram dos custos mais baixos. Isso compensou as margens na América do Norte, que foram negativas devido às condições climáticas à disputa comercial entre EUA e China”, avaliou a Bunge, em comunicado.

No segmento de oleaginosas, as vendas caíram 5,12% e somaram US$ 2,21 bilhões no trimestre. O Ebit subiu 127,2%, para US$ 25 milhões. Na nota, a Bunge informou que as margens do esmagamento de oleaginosas caíram, com os produtores nos EUA segurando as vendas de soja e com o aumento de oferta na Argentina. No entanto, os resultados cresceram com o aumento da capacidade de moagem.

A divisão de esmagamento de outros produtos registrou vendas de US$ 430 milhões no segundo trimestre, ligeiro aumento de 0,9% na comparação com os US$ 426 milhões de igual intervalo do ano passado. O Ebit desta área, por sua vez, diminuiu 34,6%, passando de US$ 26 milhões a US$ 17 milhões.

Por sua vez, a área de açúcar e bioenergia (basicamente, os negócios sucroalcooleiros no Brasil) reportou vendas líquidas de US$ 284 milhões no segundo trimestre, o que representa uma queda de 51,2% na comparação com o resultado de um ano antes. O Ebit desse frente de negócios manteve-se negativo, mas diminuiu de US$ 63 milhões para US$ 11 milhões.

Fonte: Valor Econômico.

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