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Fitch: frigoríficos tem cenário negativo em 2013

A agência de classificação de risco Fitch divulgou ontem um relatório em que apresenta um cenário negativo para o rating das processadoras de carnes no Brasil. Foi destaque a preocupação com os altos custos de produção e os níveis de alavancagem dessas companhias.

A agência de classificação de risco Fitch divulgou ontem um relatório em que apresenta um cenário negativo para o rating das processadoras de carnes no Brasil. Foi destaque a preocupação com os altos custos de produção e os níveis de alavancagem dessas companhias.

A Fitch atribui nota “BBB-” (grau de investimento) para as emissões em moedas local e estrangeira da BRF; “BB-” (grau especulativo) para as do JBS e “B+” (grau altamente especulativo) para as de Marfrig e Minerva Foods. Na escala do rating nacional de longo prazo, a Fitch dá nota “AA” e “A-” para BRF e JBS, respectivamente, e “BBB+” para as empresas Marfrig e Minerva.

Em agosto de 2012, a perspectiva para as notas de JBS, BRF e Marfrig foi de estável para negativa. A Minerva Foods mantém uma perspectiva estável. Os custos com ração de soja e milho para a produção de aves e suínos devem continuar relativamente altos neste ano, mantendo pressionadas as margens de Marfrig e BRF, no Brasil, e do JBS nos Estados Unidos. Em contrapartida, o ciclo favorável da pecuária brasileira (com aumento da oferta de animais para abate) e a forte demanda internacional devem manter o cenário favorável para a produção de carne bovina – o que beneficia particularmente a Minerva Foods.

Com a exceção da Minerva, os níveis de alavancagem dos frigoríficos brasileiros tendem a se manter em patamares elevados para as suas respectivas notas de rating. Os níveis de dívida absoluta devem se manter inalterados ou crescer marginalmente em 2013 devido a uma geração de caixa livre em grande parte neutra esperada para a indústria.

A melhora do Ebitda (lucro antes de juros, impostos e amortizações) e das margens de lucro não será suficiente para reduzir as métricas de alavancagem para os níveis apropriados às categorias de rating em que cada empresa está enquadrada. A volatilidade dos custos de produção e das taxas de câmbio pode retardar o processo de desalavancagem da indústria.

A geração de caixa livre continua a ser um problema para as processadoras brasileiras. Em 2013, a Marfrig será afetada por ineficiências e elevadas exigências de capital de giro relacionadas à integração dos ativos recebidos da BRF. O JBS também deverá demandar mais capital de giro devido à expansão da operação de carne bovina no Brasil. Se o lucro líquido de 2012 for positivo, o JBS pode ter de pagar um dividendo de pelo menos 25%, o que poderia reduzir a geração de caixa livre. A companhia não paga dividendos há três anos.

A BRF pode ter seu fluxo de caixa prejudicado pela baixa rentabilidade das operações domésticas. A companhia deve enfrentar uma maior competição no mercado doméstico, o que pode limitar seu esforço em recompor margens. Em contrapartida, a Minerva Foods deve apresentar uma maior geração de caixa, que deveria ser reinvestida em capex e aquisições para aumentar sua base de produção e diversificação geográfica e de produto.

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