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Frigorífico Rodopa se estrutura para abrir o capital

Mas a abertura de capital só acontecerá quando a empresa ampliar sua escala de produção. "Para abrir o capital, temos que chegar num tamanho adequado. O papel precisa ter liquidez", pondera Biojone. O executivo não comenta, mas a Rodopa considera abrir o capital ao atingir uma receita líquida anual de R$ 3 bilhões, quando a empresa conseguir dobrar sua atual capacidade de abate de 3 mil cabeças diárias. A Rodopa pretende fechar o ano com um faturamento de R$ 1,2 bilhão, ante os R$ 860 milhões do ano passado.

Dois anos após profissionalizar sua gestão e acelerar seu crescimento, a Rodopa Alimentos – dona da marca Tatuibi – vislumbra saltos ainda maiores. Em meio às difíceis negociações para adquirir duas novas unidades para dobrar sua capacidade de abate de bovinos e ganhar escala, a empresa iniciou uma segunda fase de estruturação. Agora, o foco é abrir o capital na BMF&Bovespa e disputar a preferência dos investidores com os frigoríficos JBS, Marfrig e Minerva, que estrearam na bolsa no boom de IPOs de 2007.

Para cuidar da tarefa, a Rodopa, criada em 1958 em Limeira (SP) pela família Bindilatti, contratou Gilberto de Souza Biojone, superintendente-geral da Bovespa na gestão Guto Vidigal (1990-94), ex-diretor geral do banco Sudameris e com passagens pela CVM e pela corretora Socopa.

A previsão do executivo é que a Rodopa inicie a divulgação dos resultados trimestrais a partir do último trimestre deste ano. Por ora, a empresa trabalha para afinar o discurso com os executivos da área comercial. “Vamos definir as informações estratégicas e delimitar o conjunto de informações que serão disponibilizadas”, explicou ele.

Nesse processo, o executivo aposta em uma relação de transparência da empresa com os fornecedores de matéria-prima e clientes, notadamente o pequeno e médio varejos. “Tão importante quanto o investidor, é o pecuarista e o cliente. Eles também precisam ter clareza sobre a estratégia de financiamento da empresa”, exemplifica Biojone.

Com isso, espera o executivo, a Rodopa terá consolidado uma cultura saudável para efetivar sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), diminuindo o receio do investidores com o setor, que opera com índices de alavancagem bastante altos. A melhor relação com os pecuaristas, diz ele, pode reduzir a dependência de compras à vista de boi gordo, minimizando a intensiva necessidade de capital de giro do segmento.

Mas a abertura de capital só acontecerá quando a empresa ampliar sua escala de produção. “Para abrir o capital, temos que chegar num tamanho adequado. O papel precisa ter liquidez”, pondera Biojone. O executivo não comenta, mas a Rodopa considera abrir o capital ao atingir uma receita líquida anual de R$ 3 bilhões, quando a empresa conseguir dobrar sua atual capacidade de abate de 3 mil cabeças diárias. A Rodopa pretende fechar o ano com um faturamento de R$ 1,2 bilhão, ante os R$ 860 milhões do ano passado.

Para aumentar essa capacidade, o grupo pretende adquirir ou arrendar dois novos frigoríficos, conforme já informou o Valor. Atualmente, a Rodopa possui quatro unidades de abate e uma de processados. “Para ir ao mercado, é preciso crescer e estão faltando plantas. Essa é a importância dessas aquisições”, ressalta.

Mas as tratativas da empresa esbarram no poder de fogo dos principais players do setor, que tiveram o interesse por aquisições ou arrendamentos de frigoríficos aguçados pela maior disponibilidade de animais para abate no país. O Valor apurou que a Rodopa chegou a negociar, em março, o arrendamento de um frigorífico em Coxim (MS) junto ao River Alimentos, mas a unidade acabou nas mãos da JBS.

A Rodopa também tentou adquirir as quatro unidades do Independência, em recuperação judicial, mas não obteve financiamento na ocasião. Em maio, os credores do Independência aprovaram uma oferta de R$ 268 milhões da JBS pelos cobiçados ativos – o negócio ainda depende do aval de bancos e detentores de bônus.

Para fazer frente a essa concorrência, a Rodopa está negociando um empréstimo de cerca de R$ 60 milhões com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), conforme já informou o Valor. Com isso, a empresa espera efetivar as aquisições pretendidas.

Fonte: jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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