Frigoríficos enfrentam problemas no Brasil e exterior

Os frigoríficos que se internacionalizaram e têm unidades na Argentina já sentiram os reflexos da política restritiva às exportações no país vizinho. Aqueles que atuam apenas no Brasil sofreram os efeitos dos altos custos das matérias primas e o embargo europeu. Assim ambos estão sentindo efeitos negativos em seus resultados.

Das três empresas do setor que divulgaram balanço na última semana, duas tiveram prejuízo. “Um resultado negativo era esperado”, avaliou o diretor da AgraFNP, José Vicente Ferraz, dizendo que no geral as margens tendem a ser mais baixas diante dos custos elevados.

O sócio da RC Consultores, Fábio Silveira, lembrou que apesar de a cotação do boi gordo estar mais elevada, o repasse para o mercado interno – principal destino da produção – não foi proporcional.

Já a crise no setor argentino fez com que o grupo JBS ameaçasse paralisar, a partir de hoje, a unidade de industrializados e, com isso, demitir 1,5 mil funcionários. O Marfrig, segundo a assessoria de imprensa, não cogita demissões e informou que o cronograma de exportações está atrasado e houve redução de 25% a 30% na vendas.

As ações do JBS e do Marfrig encerraram o pregão de sexta-feira (16) em alta: avaliadas em R$ 7,89 (+ 4,5%) e R$ 19,68 (+ 2,76), respectivamente, enquanto as do Minerva fecharam em queda de 6,99%, a R$ 10,51.