Segundo reportagem de Vânia Casado, publicada hoje na Folha de Londrina, informa que o deputado federal Gustavo Fruet (PMDB-PR) pediu a formação de uma comissão multidisciplinar, que seria formada por representantes dos ministérios da Agricultura e Saúde, para investigar melhor a ocorrência da doença ”scrapie” no Paraná. Ele enviou requerimento essa semana à Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados e acredita que será apreciado ainda esse mês.
”Por ser exótica, essa doença precisa ser investigada para separar o que é real e o que é especulativo”, explicou. Essa comissão teria um caráter mais abrangente para verificar possíveis problemas em relação ao gado no Brasil.
Uma das razões de pedir um representante do Ministério da Saúde corresponde à necessidade de avaliar se a ”scrapie” oferece algum tipo de risco para as pessoas.
Gustavo Fruet é um dos proprietários da Cabanha Taquara Lista, de Agudos do Sul (Região Metropolitana de Curitiba), cujo rebanho de ovelhas foi sacrificado por pertencer à linhagem Kirlim (de uma fêmea importada em 1989 e identificada como disseminadora da doença). Foram sacrificados 75 animais, sendo 40 adultos. O deputado disse que jamais usou de sua condição de parlamentar para impedir a transparência das ações. Pelo contrário, ele é que tem vários questionamentos sobere esse episódio.
Segundo Fruet, ficaram muitas dúvidas. Entre elas, a falta de uma pessoa ou autoridade que respondesse pelos atos adotados na cabanha Taquara Lisa, em Agudos do Sul. A todos os questionamentos que fazia com os técnicos, recebia como resposta. ”O senhor desculpe, mas estamos cumprindo ordens de Brasília”. O deputado acha que num momento desses tinha que ter alguém com poder de decisão para dar as respostas claras e necessárias.
O deputado enviou um requerimento ao Ministério da Agricultura, com 60 perguntas sobre a ocorrência da scrapie no Paraná. Entre outras perguntas, ele quer saber se o ministério atesta e assegura que todo material genético que entra no País, através do processo legal de importação, passa por rigoroso controle sanitário. Para Fruet, a estrutura do controle sanitário e do controle da importação de animais é falho é precisa ser reformulado.
Outra preocupação de Fruet é a falta de estudo científico à respeito da doença. Ele disse que não entende porque o Hospital Veterinário da UFPR foi vetado de acompanhar os exames dos cérebros dos animais mortos. ”Tendo em vista o impacto do tema e a insuficiência de informações, a investigação científica e o acompanhamento de critérios técnicos e científicos, seriam úteis para separar o real do imaginário”, justificou.
Por Vânia Casado, para Folha de Londrina, 02/02/01