Governo dos EUA pode reduzir uso de etanol nos EUA, aumentando oferta potencial de milho para alimentação animal

A Agência de Proteção Ambiental (EPA) poderá reduzir de forma significativa a obrigação para misturar biocombustíveis à gasolina a partir do próximo ano, fazendo um recuo histórico na ambiciosa lei de 2007, de acordo com fontes da indústria e comércio.

A Agência de Proteção Ambiental (EPA) está considerando a proposta que determinaria a meta do próximo ano para uso de combustíveis renováveis em 15,21 bilhões de galões, menos que a meta de 18,15 bilhões de galões em 2014 estabelecido pela lei, de acordo com fontes, que disseram que novos dados circularam em círculos políticos de Washington na semana passada.

Em 15,21 bilhões de galões, a proposta deixaria espaço somente para cerca de 13 bilhões de galões de etanol à base de milho ser misturado na gasolina do país – menos que os 13,8 bilhões desse ano e 14,4 bilhões requeridos pela lei para 2014.

Especulações e relatórios da mídia sobre a redução potencial nos níveis de mistura nos mercados financeiros levaram a um importante aumento nas ações das refinadoras independentes que vêm pagando centenas de milhões de dólares para comprar créditos de etanol para cobrir suas obrigações de mistura.

A proposta, se for aprovada, marcará uma vitória significante para as companhias de petróleo dos Estados Unidos, que vêm fazendo lobby junto aos regulamentadores e o Congresso para reduzir a obrigação de mistura que vem consumindo sua participação de mercado.

Isso também marcaria um golpe significativo na indústria de etanol à base de milho dos Estados Unidos, que vem pedindo que os regulamentadores mantenham-se firmes nas ambiciosas metas de misturas requeridas pela lei. Já, alguns grupos de etanol estão ameaçando processar a EPA, que administra o programa de mistura, se reduzir esse volume.

Comentário BeefPoint: A pecuária de corte dos EUA, em especial confinadores, vem sofrendo muito com o grande e crescente uso de milho para produção de etanol. Isso aumentou os preços do milho e também a volatilidade do mercado, que agora está relacionado com o do petróleo. Uma diminuição do uso de etanol, e consequente de milho, seria uma ótima notícia para as margens dos confinadores dos EUA.

Fonte: Reuters, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.