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9 de janeiro de 2004

Governo investiga uso de cama de frango em Goiás

A Delegacia Federal de Agricultura em Goiás apura denúncias de que alguns pecuaristas do Estado estariam usando a chamada cama de frango (restos de palha de arroz, esterco, dejetos, penas e ração) na elaboração de ração para alimentar bovinos no período da seca.

O delegado Helvécio Magalhães Ribeiro alertou que o uso desses produtos na alimentação animal é proibido, pois eles colocam em risco a sanidade de todo o rebanho nacional, podendo até levar à “vaca louca”.

A ração à base de subprodutos de ruminantes, como farinha de carnes e de ossos, foi uma das causadoras da doença na Europa, em 1986, e de novos surtos em 2000. Desde o mês passado, os fiscais da Delegacia da Agricultura visitam propriedades rurais para apurar se a ração à base de cama de frango está sendo usada na alimentação animal. “Ainda não conseguimos confirmar as denúncias”, informou o delegado.

Nos próximos dias, a Secretaria da Agricultura publicará portaria, baseada em instruções normativas do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) que inclui a “vaca louca” no rol das doenças catalogadas na legislação goiana. A partir daí, a Delegacia Federal do Mapa e a Secretaria da Agricultura, através da Agência de Defesa Agropecuária, poderão reprimir com mais rigor o uso de subprodutos de ruminantes na ração animal.

Atualmente, se algum pecuarista for pego fazendo uso de ração à base de cama de frango, será multado em R$ 1,6 mil na primeira vez e poderá ter seu rebanho interditado.

Quarentena

A Delegacia Federal está cercando de todas as maneiras as barreiras sanitárias no Estado para evitar a entrada de doenças. Foram rastreados todos os animais adquiridos por criadores goianos de países onde ocorreram focos da doença da “vaca louca”.

Ribeiro e a veterinária Sônia Regina Jácomo, delegada substituta Federal de Agricultura, garantem que não há qualquer indício ou suspeita de animais doentes. Eles estimam que, em Goiás, existam cerca de 50 animais importados da Europa, do Canadá e dos Estados Unidos, mas todos estão rastreados.

No dia 10 de dezembro, antes de estourar a notícia do foco da doença da “vaca louca” nos Estados Unidos, chegaram 11 animais importados dos Estados Unidos. Os reprodutores da raça Brahman estão em quarentena em uma propriedade rural no município de Nova Veneza.

Os técnicos do Ministério da Agricultura estão fazendo acompanhamento minucioso dos animais. Eles já foram vacinados contra febre aftosa e tiveram coletadas amostras de sangue para exames. Os resultados foram negativos. A previsão é que, dentro de 30 a 40 dias, eles sejam liberados para o convívio com outros animais.

Fonte: O Popular/GO (por Sônia Ferreira), adaptado por Equipe BeefPoint

0 Comments

  1. Paulo Cesar disse:

    Deveriamos bater mais forte neste asunto, visando cair custos de produção principalmente no leite é utilizado largamente a cama de frango como ração.

    E a farinha de carne? Existe controle sobre ela? É o substituto de parte da soja que está carísssima, será que não está sendo usado? Particularmente acredito que esteja.

    O governo finge que só temos o boi verde e o produtor finge que não usamos outro tipo de proteina e o dia que acontecer alguma coisa todos nós quebramos.

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