Diante do avanço da febre aftosa no Uruguai, o governo do país decidiu ontem deixar de lado o rifle sanitário e começar de maneira imediata a vacinação massiva do gado bovino que se encontra nas seccionais policiais mais próximas da região mais afetada pela atividade viral (Soriano e Colonia), dos departamentos de San José, Flores, Durazno, Tacuarembó e Río Negro – que formam parte de uma zona definida como “de risco”.
De acordo com o comunicado do governo, emitido na noite de ontem, foram confirmados 56 focos de aftosa, sendo 18 em Soriano, 25 em Colonia, 3 em San José, 1 em Salto, 2 em Paysandú, 4 em Río Negro, 2 em Durazno e 1 em Flores.
Os próprios produtores serão encarregados de administrar a vacina. As doses administradas serão distribuídas de acordo com a quantidade de bovinos registrados na última Declaração Jurada.
A decisão do governo de suspender o rifle sanitário diminuiu a tensão entre os produtores, que faziam sérias objeções ao sacrifício dos animais. Até ontem, o governo uruguaio mantinha o sacrifício de animais no departamento de Colonia.
Ontem também foram confirmados novos focos em departamentos que até o momento não tinham sido afetados, como San José, Flores e Salto.
Convivência
Ontem de manhã, durante uma visita ao Ministério da Pecuária, Agricultura e Pesca (MGAP), o presidente da República do Uruguai, Jorge Batlle, solicitou aos pecuaristas que deixassem os veterinários, que trabalham no combate à aftosa, chegarem até as propriedades rurais.
Batlle disse que o governo “não está disposto a enfrentar os produtores, porque isso não faz sentido nenhum. Se os produtores fecharem várias vias de acesso às propriedades para impedir que os veterinários cumpram sua tarefa, nós não vamos nos utilizar de armas para dissuadi-los”, disse ele.
O presidente uruguaio advertiu que esse tipo de atitude pode afetar a “convivência”. Antes que o governo decida realizar uma nova inflexão na estratégia contra a enfermidade, Batlle insistiu na necessidade de que sejam tomadas medidas que mantenham a condição sanitária do Uruguai.
Após a visita do presidente da República ao Ministério da Pecuária, ficou decidida a intenção de isolar Soriano e Colonia, e vacinar áreas ao redor desses departamento. O objetivo disso é “concentrar o tema basicamente onde os focos ocorreram, e onde os focos se reproduzem”. “Se, pelo contrário, nos entregarmos já e fizermos aquilo que muitos produtores estão pedindo, que é vacinar o país todo, então, saberemos que possivelmente dentro de 5 ou 6 anos, não vamos mais estar em condições de voltar ao mercado, como o que tínhamos conquistado anteriormente”, disse Batlle.
fonte: El Observador, adaptado por Equipe BeefPoint