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Hambúrguer in vitro vira realidade, mas ainda é preciso melhorar o sabor

Nesta segunda-feira, um hambúrguer foi preparado e degustado por dois voluntários, diante de uma plateia composta por 200 jornalistas e acadêmicos. O motivo de tanta cerimônia em torno de um alimento tão comum se explica por um motivo: o evento, que ocorreu na Inglaterra, serviu o primeiro hambúrguer do mundo feito com carne cultivada em laboratório.

O aumento da população e os métodos de produção de alimentos pouco sustentáveis fazem com que as perspectivas para as próximas décadas comecem a soar preocupantes para alguns pesquisadores. Ideias de alimentos futuristas não faltam: de pó esverdeado a base de gergelim com gosto de ovo, até a impressão de alimentos em casa, com uma impressora 3D. No momento, porém, a carne criada em laboratório parece ser o mais promissor – e mais próximo de se tornar realidade.

Mark Post, o criador do hambúrguer de laboratório, estima que o produto levará de 10 a 20 anos para estar disponível comercialmente. A carne é feita a partir de células musculares de gado, que são cultivadas em laboratório. O resultado final, com tamanho e aparência de um hambúrguer comum, é o entrelaçamento de fios de cerca de 20.000 proteínas.

Questionado sobre os possível riscos relacionados ao consumo de seu hambúrguer, Post afirmou que ele é tão seguro quanto a carne comum. “O tecido criado é igual ao da carne, então não teria porque não ser seguro”, afirma. “Nós provavelmente podemos fazer com que ele seja até mais seguro do que a carne comum”, completou o pesquisador.

De acordo com Post, pedaços do hambúrguer já haviam sido preparados em laboratório para degustação – inclusive dele próprio – mas o evento desta segunda-feira foi a primeira vez em que ele foi preparado do tamanho de um hambúrguer real. Além de seu criador, o hambúrguer foi degustado pelo crítico gastronômico Josh Schonwald e a pesquisadora e nutricionista Hanni Rützler, que está escrevendo um livro sobre a comida do futuro.

Sabor – Ao experimentar o hambúrguer, Hanni afirmou que o produto era realmente parecido com carne, especialmente na estrutura e aparência. “Mas não é tão suculento”, disse a pesquisadora. Schonwald concordou em relação à textura familiar, mas alegou que faltava um pouco de sabor. “A textura se parece com carne. Acho que o que falta é gordura”, afirmou.

Para Post, o mais importante no momento era mostrar o que pode ser feito. Segundo ele, o próximo passo será aperfeiçoar o sabor do hambúrguer. Ele afirmou ainda que a técnica pode ser futuramente aplicada a outros tipos de carne, como peixe e frango.

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Carne in vitro 3

Comentário BeefPoint: Isso ainda pode parecer loucura ou brincadeira, mas 20 anos de evolução tecnológica podem fazer milagres no custo e velocidade que se produzem as coisas. Em 20 anos é provável que seja possível produzir algo semelhante a carne bovina, em laboratório, a um preço muito competitivo. Vale a pena acompanhar e entender esse fenômeno e vamos continuar a tentar fazer isso aqui no BeefPoint. Essa é uma potencial concorrente da carne bovina, no longo prazo. Imagine quanto custaria para se produzir um celular como o iPhone há 20 anos atrás.

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Fonte: The Associated Press, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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