O governo da Holanda proibiu a movimentação de alimentos no porto de Roterdã, freando o mercado de produtos para ração animal da Europa. A proibição segue até sábado, para evitar que o vírus da febre aftosa se espalhe pelo país.
Para o Brasil, a interdição do porto não deve prejudicar as exportações de carnes. Mas o fechamento dos armazéns pode gerar alguns encargos, como o pagamento de multas de US$ 200/dia por contêiner de até 25 toneladas.
O porto de Roterdã recebe cerca de 60% a 70% da carne bovina brasileira exportada para o norte da Europa. A outra parte da carne remetida ao norte europeu é desembarcada nos portos da Alemanha e da Inglaterra. A carne que segue para o sul da Europa é escoada pelos portos da Itália e da Espanha.
Para o diretor da Associação Brasileira dos Exportadores de Frango, Cláudio Martins, o fechamento das fronteiras da Holanda não deve afetar os embarques brasileiros de frango.
Segundo o produtor e exportador de soja Blairo Maggi, seus negócios não serão afetados com o fechamento do porto holandês. A maior parte da soja exportada por Maggi chega em outros portos da Europa, como em Portugal, Espanha e Itália.
Anderson Galvão, da FNP Consultoria, afirma que Roterdã é responsável pelo recebimento de um terço do grão e farelo brasileiros. Os navios deverão ficar em ponto morto até terminar o prazo da proibição.
(Por José Alberto Gonçalves, Ellen Cordeiro e Denis Cardoso, para Gazeta Mercantil, 23/03/01)