Principais indicadores do mercado do boi –25-08-2017
25 de agosto de 2017
Embarque de carne bovina deve crescer 10% em 2017, estima consultoria
25 de agosto de 2017

Importador europeu questiona controle sobre carne brasileira

Os importadores europeus de carne bovina cozida brasileira estão pedindo, na prática, para a União Europeia (UE) rever os controles sistemáticos ao produto, que aumentam os custos e retardam em até três semanas os carregamentos, e que foram aplicados como desdobramento da Operação Carne Fraca.

A União Europeia do Comércio de Bovinos e de Carnes (conhecido pela sigla francesa UECBV), que reúne os importadores, enviou carta à Comissão Europeia, o braço executivo da UE, questionando a coerência científica dos controles rígidos sobre as carnes brasileiras que passaram por um tratamento térmico e são condicionadas em embalagem fechada como o “corned beef” e a carne bovina cozida congelada.

O questionamento visa principalmente os controles prévios na exportação, no Brasil, mas vale também para os exames laboratoriais de 20% desse tipo de carne que chega aos portos europeus.

“A interrogação dos operadores é puramente científica e não constitui uma opinião sobre as recomendações da UE para o Brasil”, afirmou Jean-Luc Meriaux, secretário-geral da UECBV. “No entanto, é evidente que os controles sistemáticos prévios na exportação aumentam os custos e atrasos na expedição da carne brasileira para a Europa, pesando tanto sobre os exportadores como sobre os importadores”.

Conforme fontes técnicas, a própria UE sabe que não tem sentido o controle laboratorial de carne enlatada, por exemplo, porque não haveria hipótese de risco para a saúde.

A legislação europeia não abrange a carne enlatada para efeito de controle como o que está sendo feito sistematicamente contra o Brasil desde a Operação Carne Fraca. O problema é que o comissário de Saúde e Segurança de Alimentos da UE, Vytenis Andriukaitis, disse no Parlamento Europeu que toda a carne brasileira seria submetida a controle reforçado, o que acabou constrangendo o espaço dos técnicos.

Na prática, o que os importadores querem é que seja revertida a exigência de 100% do controle prévio desse tipo de produto no Brasil e do controle de 20% do carregamento quando chega à Europa

A expectativa é de que a Comissão Europeia termine por atender positivamente o questionamento dos operadores, inclusive no contexto de concessões que o Brasil anunciou recentemente à entrada de produtos agrícolas europeus no mercado brasileiro.

Fonte: Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

Os comentários estão encerrados.

plugins premium WordPress