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Independência: credores aguardam nova assembléia de abril

Há apenas quatro anos, o frigorífico Independência estava ao lado dos maiores do setor, como JBS e Marfrig. Agora, a empresa fundada pela família Russo, em 1977, aguarda para encenar mais um capítulo de uma longa novela. Está marcada para o próximo mês de abril uma nova, e talvez derradeira, assembleia de credores. O Independência é cotado no mercado em algo em torno de R$ 700 milhões. Mas quem quiser comprá-lo, vai ter de levar junto o passivo, avaliado em mais de R$ 3 bilhões.

Em recuperação judicial desde 2009, a empresa não conseguiu cumprir boa parte do plano apresentado à Justiça. Dessa forma, deixou de honrar pagamentos e enfrentou problemas de capital de giro em meados de 2010 – o que levou a companhia a paralisar de vez suas atividades. Desde então, sem condições de prosseguir, os administradores – os empresários Roberto Russo e Miguel Russo, filhos do fundador, Antonio Russo – buscam saídas.

“O que já está definido é que os credores não querem mais a família como administradora do negócio. Os bancos, inclusive, que são os maiores credores, foram taxativos sobre isso em assembleias anteriores”, disse Geraldo Moraes, membro da comissão dos credores da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul).

Segundo o advogado Guilherme Marcondes Machado, que já representou um grupo de pecuaristas no processo, se os credores não aprovarem o plano que for apresentado, podem pedir a falência da companhia. “Há outras duas saídas. Além da aprovação do proposto, os credores podem suspender a assembleia até que seja redesenhada nova proposta”, diz Machado.

Os Russo vem tentando vender o Independência há cerca de um ano. No fim de 2010, meses depois de a companhia deixar de efetuar pagamentos, os credores autorizaram o leilão de ativos. “Ficou estabelecido que, quem comprasse, assumiria o passivo. Houve tentativa de leiloar plantas, a sede e mais alguns terrenos”, disse Moraes. De acordo com documento disponível no site da empresa, a maior parte delas está no Centro-Oeste do país e foram avaliadas em R$ 706 milhões. “Apareceram interessados, mas as propostas não foram aprovadas porque eram muito ruins, com valores baixos e prazos longos para pagamento da dívida”.

A dívida do Independência foi estimada em R$ 3,5 bilhões, sendo que cerca de 90% do valor devido a bancos e investidores e, o restante, a pecuaristas. Moraes diz que cerca de R$ 100 milhões foram pagos aos pecuaristas. “Pelo plano, os bancos começariam a receber em 2013”, acrescenta. Procurados, os advogados que representam o frigorífico não quiseram dar entrevista.

Fonte: jornal Brasil Econômico, adaptada pela Equipe BeefPoint.

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