A redução do rebanho bovino continua sendo o grande tema do mercado de gado e uma das razões pelas quais os preços do gado continuam subindo. O Relatório Anual de Inventário de Gado do USDA, divulgado na sexta-feira, mostra que o rebanho de gado dos EUA encolheu mais 1% no último ano, chegando agora a 86,7 milhões de cabeças. Quando se considera apenas o número de vacas de corte, esse inventário caiu 1%, agora totalizando 27,9 milhões de cabeças.
Outros destaques do relatório de janeiro sobre o gado incluem:
Principais conclusões do relatório
“A principal conclusão, como vemos, foi a revisão para cima dos números do ano passado, algo que já esperávamos. O número de abates no último ano foi maior do que o indicado pela pesquisa anterior. Acho que a maioria no mercado já antecipava isso, mas não sei se os traders automatizados tinham essa percepção”, disse Arlan Suderman, economista-chefe de commodities do StoneX Group.
“Tudo parecia estar dentro do esperado até chegarmos ao número de novilhas de reposição para corte. Isso me pegou um pouco de surpresa, já que estávamos discutindo a retenção de novilhas”, afirmou Scott Varilek, da Kooima Kooima Varilek, de Sioux Center, Iowa, ao programa AgDay, de Michelle Rook. “Achávamos que essa retenção estava acontecendo e o último relatório de confinamento mostrou um número um pouco menor de novilhas confinadas. No entanto, com uma estimativa de 101% e um resultado final de 99%, ainda estamos abaixo dos níveis do ano passado e não vemos sinais claros de reconstrução do rebanho de vacas.”
O relatório de inventário do USDA do ano passado já indicava o menor rebanho de gado em 73 anos. Sem sinais fortes de recomposição do rebanho e com os preços elevados não incentivando a retenção de novilhas, os economistas agrícolas esperavam uma nova redução no rebanho dos EUA este ano, o que foi exatamente o que o USDA revelou na sexta-feira.
“O próximo ponto importante é que ainda não começamos a reconstrução do rebanho reprodutivo. Assim, podemos ter números um pouco mais altos nos próximos seis meses, mas depois disso o mercado deve se apertar ainda mais — e significativamente — quando de fato começarmos a reter novilhas”, explicou Suderman.
Os preços do gado continuaram batendo recordes nesta semana. Sem sinais de desaceleração, a grande questão é até onde esses preços podem chegar.
De acordo com Michelle Rook, do AgDay, o mercado de gado segue quebrando recordes tanto no mercado futuro quanto no mercado físico. Ela relatou um mercado de boi gordo forte, combinado com o fechamento da fronteira para as importações de bezerros de engorda do México, o que também impulsionou os preços do gado vivo e dos contratos futuros para máximas históricas.
Existe algum sinal de desaceleração do mercado, ou estamos perto do topo? Suderman afirma que, fundamentalmente, os sinais indicam uma oferta apertada, mas a demanda preocupa.
“Infelizmente, esses sinais geralmente aparecem depois que o mercado já atingiu o topo, o que deixa muitos pecuaristas nervosos”, disse ele. “Fundamentalmente, a oferta continuará se reduzindo. Mas, no fim das contas, tudo se resume ao consumidor. A confiança do consumidor recuou em janeiro, o que é um sinal de alerta. As manchetes estão repletas de cenários assustadores sobre uma possível guerra comercial devido às tarifas, o que pode reduzir ainda mais a confiança do consumidor. Isso não é um bom indicativo para a disposição dos consumidores em pagar mais por cortes de carne a esses preços elevados.”
O que poderia mudar a mentalidade dos pecuaristas e dar-lhes confiança para expandir seus rebanhos novamente? Essa foi a pergunta feita na última edição do Ag Economists’ Monthly Monitor, uma pesquisa anônima realizada com cerca de 70 economistas agrícolas de todo o país. Enquanto alguns acreditam que será apenas uma questão de tempo, outros destacaram fatores econômicos como retornos fortes na cria, preços mais fracos do boi gordo e valores menores nas praças de venda.
Outros economistas citaram:
Fonte: Drovers, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.