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Inventário Inicial

Caio Junqueira Filho

O ponto de partida para a adoção da metodologia de controle da atividade agropecuária é o Inventario Inicial. Ele contempla tudo sobre a atividade, explicitando o item, quantidade, estado de conservação, ano de aquisição ou construção, valor inicial unitário, valor inicial total, se é depreciável ou não e se depreciável, até quando.

É muito comum nas fazendas o produtor ir comprando aquilo que se faz necessário no dia a dia sem se preocupar em anotar o que comprou. É a velha teoria do fazendeiro: Ao comprar pegue a nota fiscal, guarde numa caixa de sapato no alto do guarda roupa para entregar para o contador fazer o Imposto de Renda no final do ano. O empresário rural, ao contrário, utiliza as notas fiscais, de compra e venda, para fazer o controle de gestão de seu agronegócio.

O Inventário Inicial mostrará o valor total do patrimônio da empresa, estratificado por categoria e item. É sobre ele que se calculam as despesas de depreciação, nome feio na “antiga administração” e a rentabilidade sobre o capital investido.

Vale lembrar que as despesas de manutenção são proporcionais ao valor do patrimônio.

Será mostrado por partes, todas as etapas, para a elaboração do Inventário Inicial. O Inventário se inicia com o levantamento de campo, onde serão descritos todas as áreas, suas coberturas vegetais, ano de formação, estado e valor. Nota-se no quadro abaixo que deverá ser incluída a área de preservação.

Tabela

O exemplo acima mostra uma radiografia da situação física da propriedade. Verifica-se o patrimônio total em terras, que é de R$1.584.860,00; a terra nua, que tem valor de R$342.000,00, sendo sobre este valor calculado o ITR e inclusive o valor da reserva legal.

É muito importante verificar regionalmente o valor da Terra Nua. Sempre é conveniente estar coerente com os preços declarados pelas propriedades vizinhas.

Em Mato Grosso existe uma tabela de Valor de Terra Nua, elaborada pela Secretaria de Agricultura e Delegacia Federal de Agricultura no Estado de Mato Grosso em conjunto com a EMPAER (Empresa Mato-grossense de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural) e declarações de diversas Prefeituras Municipais.

A Receita Federal pretende realizar cruzamentos de dados com Imposto de Renda, com informações declaradas ao Incra (Valores e áreas utilizadas com exploração agrícola, vegetal e pecuária) e IBAMA (Área de Reserva Legal e Preservação Permanente), além de relacionar em malha fiscal centenas de imóveis, visando confirmar a veracidade dos dados declarados, inclusive do Valor da Terra Nua.

Com a informatização dos sistemas e utilização de satélites, para cruzamento de dados e confirmação de declarações, é fundamental que o proprietário rural esteja preparado, conhecendo a sua propriedade plenamente, tendo condições de fornecer informações corretas.

Este conhecimento também é importante na hora de se vender a propriedade. É sobre o valor da terra nua que se deve declarar o valor de venda. As benfeitorias, como edificações, pastagens, aguadas e etc., entram como lucro da atividade e não no cálculo do lucro imobiliário.

Munido deste levantamento de campo do solo, passa-se à segunda etapa. É o assunto do próximo artigo: levantamento das benfeitorias, máquinas, motores e equipamentos.

Colaboração: Lucila Carvalho Dias Junqueira

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