Marcos Junqueira: o maior desafio do confinamento é obter a engorda dos bovinos a um custo competitivo com a arroba produzida a pasto

9 de setembro de 2013

O Prêmio BeefPoint – Edição Confinamento vai homenagear quem faz a diferença nos confinamentos do Brasil. Essa é uma iniciativa do BeefPoint, e tem a Assocon como parceira. A premiação será feita durante o Interconf 2013, evento da Assocon que acontecerá nos dias 9 a 12 de setembro de 2013, em Goiânia/GO e que o BeefPoint está fazendo a curadoria de conteúdo.

Para conhecer melhor os finalistas, o BeefPoint preparou uma série de entrevistas que mostram o que eles têm feito para se destacar na pecuária de corte.

Confira abaixo a entrevista com Marcos Junqueira, um dos finalistas na categoria Gestão em Confinamento.

Marcos Junqueira Cardoso é apaixonado pelo que faz, profissionalmente prefere atitudes simples e objetivas. Toda a equipe de colaboradores e técnicos da Fazenda Carpa Cibrapa (Barra do Garças – MT) sempre trabalha em função de mostrar o potencial que chegou e poderá chegar a raça Nelore.

Em 1995, fizeram o primeiro abate de 100% de toda sua produção aos 24 meses. Em 1998, abateram o primeiro lote de super precoce. Todo esse trabalho só foi possível pela preocupação da empresa com suas pastagens e com o melhoramento genético, não é possível trabalhar com precocidade sem pasto de qualidade.

BeefPoint: O que você considera mais importante em um confinamento de gado de corte?

Marcos Junqueira: O confinamento da Carpa é um confinamento estratégico, utilizado para a engorda de gado próprio: novilhos precoces, vacas e novilhas de descarte. O confinamento também é utilizado como apoio aos leilões de gado comercial e elite da Carpa.

BeefPoint: Qual o maior desafio dos confinamentos no Brasil hoje?

Marcos Junqueira: Obter a engorda dos bovinos a um custo competitivo com a arroba produzida a pasto e viabilizar uma operação contínua e não sazonal, somente no período seco, como é a prática generalizada atualmente.

BeefPoint: Qual projeto de confinamento você teve contato ou implementou nestes últimos anos, que considera um case de sucesso? Por quê?

Marcos Junqueira: O confinamento da Carpa é um componente essencial no sistema de produção da empresa. Permitiu intensificar a produção das pastagens nas águas e dar suporte, com ganho de peso e produtividade, ao gado de engorda na seca. A engorda confinada, junto com a recria intensiva a pasto, possibilitou aumento de escala do sistema de produção de gado de corte da Carpa e crescimento do rebanho de cria. Nos últimos anos, o confinamento vem sendo usado para realizar uma complementação nutricional de bezerros e bezerras desmamados, no final do período seco, com o fornecimento do volumoso corrigido (silagem+uréia+minerais).

BeefPoint: O que você fez em 2012 que te trouxe mais resultados?

Marcos Junqueira: Ter uma estrutura de confinamento na fazenda não implica necessariamente em confinar todo o gado de engorda, todos os anos. Em 2012, o mercado sinalizou que seria mais vantajoso vender os novilhos precoces antes de confiná-los e assim foi feito. Nessas condições, o confinamento foi utilizado apenas para a engorda de vacas e novilhas de descarte e para apoiar o preparo e a formação dos lotes de machos para o leilão.

BeefPoint: O que você pretende fazer de diferente em 2013? E por quê?

Marcos Junqueira: Os novilhos precoces também foram vendidos, antes de confinar, devido às condições favoráveis de mercado. O confinamento sempre operou com volumoso produzido na fazenda (silagem de mombaça) e concentrado adquirido no mercado, mediante concorrência. Neste ano estamos adquirindo milho moído, devido à boa oferta do produto, e realizamos concorrência para o fornecimento de um Núcleo Protéico Mineral.

BeefPoint: Qual mensagem gostaria de deixar para os confinadores no Brasil?

Marcos Junqueira: Não descuidem da produção de volumoso (de qualidade e a baixo custo), pois a situação favorável às dietas de alto grão pode não perdurar.