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Supermercado de luxo Whole Foods abrirá loja em bairro pobre de Chicago, entenda porque

O bairro Englewood, de Chicago, nos Estados Unidos, é talvez mais conhecido por sua pobreza e violência. A região tem uma das mais altas taxas de homicídios na América, duas vezes maior que a de Nova York. Nessa parte da cidade, 40% das pessoas estão desempregadas, a renda média é de US$ 11.993 (a renda de Chicago é US$ 27.149) e 30% nem mesmo tem um diploma de ensino médio. Também é predominantemente negro.

O bairro Englewood, de Chicago, nos Estados Unidos, é talvez mais conhecido por sua pobreza e violência. A região tem uma das mais altas taxas de homicídios na América, duas vezes maior que a de Nova York. Nessa parte da cidade, 40% das pessoas estão desempregadas, a renda média é de US$ 11.993 (a renda de Chicago é US$ 27.149) e 30% nem mesmo tem um diploma de ensino médio. Também é predominantemente negro.

Dizem que é mais fácil comprar armas ou drogas lá do que alimentos. Muitas lojas são do Save a Lot, que oferece barganhas, uma loja que se orgulha de permitir que famílias de quatro pessoas sejam alimentadas por menos de US$ 5. Porém, em 2016, os residentes dessa região poderão também comprar na rede Whole Foods, anunciou a companhia em 4 de setembro. Trata-se de uma rede varejista de alimentos de luxo, elegante, que vende pequenas caixas de biscoitos por US$ 9 e que até mesmo os ricos descrevem como um mercado de “todo o salário”, fazendo trocadilho com a palavra “whole” do nome da empresa.

A Whole Foods está indo incrivelmente bem durante a recessão, focando em um nicho de pessoas ricas com um interesse em alimentos e estilos de vida saudáveis. Nos últimos três anos, as vendas das lojas cresceram entre 6,5% e 8,4%, com margens operacionais de 6,4%. A rede também vem expandindo a um ritmo bom. A companhia abriu um número recorde de lojas em 2012 (25 no total) e disse que acelerará mais as aberturas nos próximos anos. A empresa tem 340 lojas nos EUA, Canadá e Inglaterra, e disse que pretende ter 1.000 lojas apenas nos Estados Unidos.

Analistas observaram que para expandir tudo isso, a rede terá que ir para um público menos exigente. A rede já entrou em áreas suburbanas com lojas menores e está oferecendo mais promoções de preços, descontos e sua própria gama de produtos. Isso, no entanto, enfrentando a forte competição da Trader Joe’s e outras redes, que também enfatizam a venda de frutas e vegetais frescos. Mesmo a Target está expandindo sua gama de opções orgânicas.

No entanto, ninguém tinha imaginado que os esforços da Whole Foods para expandir a levaria para Englewood. Para se ter uma ideia do público mais típico da rede, pode-se apenas viajar 16 quilômetros ao norte. Uma das lojas da rede, em Lincoln Park, atrai moradores abastados de áreas com renda familiar bem acima de US$ 100.000. A loja tem um bar de vinhos, um café, uma terapeuta que faz massagem e uma ampla gama de opções de refeições. Seu estacionamento é cheio de SUVs brilhantes.

O anúncio da nova loja em Englewoods veio logo depois da Whole Foods abrir uma loja bem no meio da cidade de Detroit em junho. O presidente da firma no Meio-Oeste dos Estados Unidos, Michael Bashaw, disse que essa divisão já alcançou o dobro de suas vendas projetadas e é lucrativa. Ele insiste que a loja de Englewood irá tão bem quanto, argumentando que as pessoas realmente não entendem o bairro e que as pessoas locais têm “desejos e aspirações”. Ele disse que a loja fará dinheiro, porque é relativamente pequena e atrairá um grande tráfego de pedestres.

Bashaw concorda que a Whole Foods poderia fazer mais dinheiro abrindo uma nova loja praticamente em qualquer outro local, mas a nova loja ajudará a resolver um grande problema nessa parte da cidade: o acesso a alimentos saudáveis. Para melhorar isso, o prefeito de Chicago, Rahm Emanuel, e o chefe da Whole Foods, Walter Robb, passaram um ano avaliando os locais antes de encontrar um em Englewood.

Comentário BeefPoint: publicamos esse artigo pois consideramos relevante entender como vão as empresas de produtos alimentícios de alto valor agregado, em especial a Whole Foods, que é muito grande e vem tendo lucro e crescendo mesmo com a economia em recessão. É interessante também acompanhar como um supermercado de alto padrão vai se sair num bairro pobre, de baixo poder aquisitivo. Também, por admirar as lojas Whole Foods, que sempre procuramos visitar e conhecer em nossas viagens aos EUA, pois lá encontramos carne bovina de alta qualidade, com excelente apresentação, atendimento de primeira, e também preços premium. Por último, porque a Whole Foods é uma das empresas pioneiras num movimento chamado Capitalismo Consciente, que admiramos e respeitamos, e que teremos uma palestra com esse tema no Beef Summit Brasil, em Ribeirão Preto, SP, nos dias 10-11 de dezembro desse ano.

Abaixo, fotos da visita a uma loja Whole Foods, em Denver, Colorado, EUA, em maio desse ano.

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Fonte: Economist.com., traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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