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Mateus Paranhos da Costa: preste mais atenção nos seus animais e dê especial atenção aos animais que mostram sinais de estresse e sofrimento

O Prêmio BeefPoint – Edição Confinamento vai homenagear quem faz a diferença nos confinamentos do Brasil. Essa é uma iniciativa do BeefPoint, e tem a Assocon como parceira. A premiação será feita durante o Interconf 2013, evento da Assocon que acontecerá nos dias 9 a 12 de setembro de 2013, em Goiânia/GO e que o BeefPoint está fazendo a curadoria de conteúdo.

Para conhecer melhor os finalistas, o BeefPoint preparou uma série de entrevistas que mostram o que eles têm feito para se destacar na pecuária de corte.

Confira abaixo a entrevista com Mateus José Rodrigues Paranhos da Costa, um dos finalistas na categoria Bem-estar animal em Confinamento.

Mateus José Rodrigues Paranhos da Costa é Zootecnista e Professor de Etologia e Bem-Estar Animal na Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, da UNESP, campus de Jaboticabal, onde coordena o Grupo ETCO (Grupo de Estudos em Etologia e Ecologia Animal).

Desde 1992, vem desenvolvendo linhas de pesquisas sobre a temática do bem-estar dos animais de produção, com ênfase na avaliação de sistemas de produção e de manejos de bovinos de corte, leiteiros e suínos. Dentre elas, uma linha focada no bem-estar de bovinos mantidos em regime de confinamento, trabalhando com a questão de porque certos animais têm dificuldades para se adaptarem ao confinamento e em entender certos procedimentos de manejo, que são usados sem embasamento científico.

BeefPoint: O que você considera mais importante em um confinamento de gado de corte?

Mateus J. R. Paranhos da Costa: Há muitos pontos que considero importantes, mas destaco dois deles:

1) a necessidade de se dar mais atenção ao desempenho individual dos animais, prestando atenção naqueles que têm os desempenhos abaixo da média, de forma a entender as causas do desempenho abaixo do esperado e

2) todos devem se preocupar com a manutenção de boas condições no ambiente do confinamento, assegurando não haver problemas com lama ou poeira, nem com competição exagerada no acesso aos recursos.

Creio que esses pontos ainda são críticos na maioria dos confinamentos e, a meu ver, ainda há poucos considerados.

BeefPoint: Qual o maior desafio dos confinamentos no Brasil hoje?

Mateus J. R. Paranhos da Costa: Além do econômico, entendo que é desenvolver modelos adequados às diferentes realidades brasileiras. Infelizmente, ainda há a tendência de copiarmos modelos do exterior ou mesmo de outras regiões do Brasil, sem analisar com cuidado as condições (climáticas, de solo, sociais, etc) do local onde se pretende instalar o confinamento.

BeefPoint: Qual projeto de confinamento você teve contato ou implementou nestes últimos anos, que considera um case de sucesso? Por quê?

Mateus J. R. Paranhos da Costa: Temos trabalhado com pesquisas em dois grandes confinamentos do estado do Mato Grosso, na Fazenda São Marcelo e no Grupo Bom Futuro, na tentativa de desenvolver recomendações para melhorar as condições de criação e de manejo dos bovinos confinados. Além de ações pontuais em outros confinamentos menores, com foco em modelos de instalações alternativas e na solução de problemas do piso e dos cochos.

BeefPoint: O que você fez em 2012 que te trouxe mais resultados?

Mateus J. R. Paranhos da Costa: O projeto de pesquisa desenvolvido em cooperação com a Dra. Fernanda Macitelli Benez, professora da UFMT-Rondonópolis e aluna de doutorado da FCAV-UNESP, no grupo Bom Futuro, avaliando o espaço disponível por animal nos currais de confinamento, trouxe resultados muito interessantes, mostrando que quanto maior a densidade de animais em confinamento a céu aberto, maior o risco de problemas com estresse crônico e doenças, refletindo em menor ganho de peso. Os resultados são muito importantes para a análise dos impactos negativos da intensificação dos confinamentos no bem-estar dos animais.

BeefPoint: O que você pretende fazer de diferente em 2013? E por quê?

Mateus J. R. Paranhos da Costa: Além de dar continuidade nos trabalhos que estão sendo desenvolvidos, pretendemos ampliar nossas pesquisas, abordando temas relacionados ao papel da questão do bem-estar animal nos negócios relacionados a produção animal (dentre eles o confinamento). Analisando como reagem os potenciais investidores e também os consumidores quando informados sobre as condições em que são criados os animais.

BeefPoint: Qual mensagem gostaria de deixar para os confinadores no Brasil?

Mateus J. R. Paranhos da Costa: A mensagem é simples. Independente do tamanho de seu confinamento, PRESTE MAIS ATENÇÃO NOS SEUS ANIMAIS, mantenha o monitoramento constante e dê especial atenção aos animais que mostram sinais de estresse e sofrimento. Não aceite estas situações como normais, pois além de prejudicar a imagem do seu negócio, traz prejuízos econômicos diretos.

Quem merece ganhar o Prêmio BeefPoint Confinamento? Clique Aqui e Vote!

Confira a Programação do Interconf 2013

Lembramos que todos os finalistas do prêmio são convidados vip cortesia do Interconf 2013.

1 Comment

  1. Mauricio Fernando de Oliveira Cunha disse:

    Tudo isso é valido e dependemos de estruturas, homogeneidade de lote, espaço físico, espaço de curral, bebedouros com capacidade para atender os animais, sabemos que esse é o caminho, mas o produtor tem de salientar da questão abate, onde é o gargalo da produção, lesões de manejo,lesão de transporte, percas com vacinas, peso individual,acabamento e RC final.O boi está engordando até a balança do frigorifico e depois da balança pode deixar por conta mas a maioria dos produtores embarcam os animais e nem se quer acompanham os abates e também não investem em ninguém para fazer o trabalhO, achando que frigorifico vai zelar da sua carcaça , fique de olho, temos que nos salientar neste ponto primordial.

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