Mercado Futuro – 20/03/07
20 de março de 2007
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22 de março de 2007

Métodos de controle do carrapato Boophilus microplus fora dos hospedeiros

O controle do carrapato dos bovinos é uma prática difícil e de extrema complexidade, não existindo formula mágica ou um método revolucionário capaz de resolver definitivamente o problema do parasitismo, mas sabe-se que uma associação de métodos alternativos de acordo com cada situação permite obter excelentes resultados e até mesmo reduzir o uso de carrapaticidas.

O controle do carrapato dos bovinos é uma prática difícil e de extrema complexidade, não existindo formula mágica ou um método revolucionário capaz de resolver definitivamente o problema do parasitismo, mas sabe-se que uma associação de métodos alternativos de acordo com cada situação permite obter excelentes resultados e até mesmo reduzir o uso de carrapaticidas.

Existem duas alternativas para o controle do carrapato bovino, em função do seu ciclo, sendo uma fora do hospedeiro e a outra sobre o hospedeiro. Inicialmente neste texto falaremos do controle fora do hospedeiro e em texto posterior comentaremos sobre os métodos de controle do carrapato sobre o hospedeiro.

Dentre o controle do carrapato fora do hospedeiro temos:

Uso de Bovinos resistentes

A resistência natural aos carrapatos desenvolve-se nas primeiras exposições e se expressa por uma resposta cutânea que impede a alimentação normal da larva e estimula a lambedura (Martins, 2004).

Raças de bovinos com sangue europeu tem uma maior susceptibilidade a infestação por carrapatos do que as raças de sangue zebuína. Dentro de cada raça, ou animais com mesmo grau de sangue apresenta-se diferenças na susceptibilidade. A seleção de bovinos mais resistentes pode ser realizada através da contagem de fêmeas (teleóginas ou jabuticabas) maiores que 4,5 mm.

Os programas de cruzamento não visam especificamente controlar os carrapatos e sim melhorar outras características produtivas, embora a recomendação da introdução de zebuínos em gado taurino seja uma prática que notadamente diminui a dependência aos carrapaticidas e a incidência das doenças por eles transmitidas.

Rotação de piquete

Este tipo de controle baseia-se na retirada dos bovinos das pastagens até que todas as larvas sejam eliminadas por causas naturais, ou que a maioria das larvas tenha morrido. Para isso são de extrema importância o conhecimento do ciclo natural do carrapato e suas influências climáticas regionais sobre o mesmo.

Experimentos realizados na Austrália citam que foram necessários menos banhos acaricidas nos bovinos taurinos do que normalmente utilizados, com um descanso de pasto mínimo de três meses no verão e seis meses no inverno.

No Brasil descanso de piquetes entre 40 e 60 dias faz com que as larvas do carrapato apresentem uma diminuição na sua capacidade infestante, em conseqüência do gasto de energia na tentativa de encontrar o bovino. Entretanto as pastagens diminuem a sua qualidade nutricional devido ao tempo de crescimento.

No controle biológico do carrapato, tem-se examinado a possibilidade do uso de predadores e parasitas, os quais ainda não foram considerados eficientes, porém, os fungos Beauveria bassiana, Verticillum lecani e Mettarhizium anisopliae têm mostrado resultados promissores.

Utilização de pastagens com poder de repelência (antixenose) ou capacidade letal (antibiose) ao carrapato

Diversas espécies de forrageiras têm influência na sobrevivência das larvas nas pastagens, pela formação de um micro ambiente, em função da forma de crescimento, desenvolvimento e, também, pela presença de características específicas que atuam sobre a larva, ora matando-a (antibiose) ora repelindo-a (antixenose). A utilização de pastagens com poder letal e ou de repelência tem-se mostrado capaz de reduzir a sobrevivência dos carrapatos, mas seu efeito é pequeno e lento. Dentre estas pastagens citam-se as gramíneas capim-gordura (Melinis minutiflora), Andropogon gayanus e Brachiaria humidicola, e as leguminosas Stylosanthes scabra e S. Viscosa.

Controle Biológico natural

O uso dos insetos, nematóides, vírus, bactérias e fungos para controle de insetos e pragas estão assumindo grande importância nos últimos anos. GOMES (1998) relata que o controle biológico está despertando grande interesse às comunidades científicas, por causarem menos agressões aos animais e ao ambiente, e que sua utilização reduzirá a aplicação de produtos químicos, diminuindo a contaminação do ambiente e dos produtos de origem animal.

Os agentes microbianos devem ser estudados e fazer parte de um conjunto de medidas que resultem na manutenção da população do artrópode, de forma que não causem danos econômicos.

Existem diversas espécies de predadores entre formigas, vespas, aranhas, largatos e aves. No Brasil há observações sobre o controle biológico do B. Microplus com predadores naturais, entre eles podemos citar aves (anu, gaviões, galinhas, garça, perdiz), formigas, aranhas, ratos, e camundongos, que se alimentam de carrapatos, contribuindo para o controle deste parasita.

Referências bibliográficas

Gomes, A. O carrapato-do-boi Boophilus microplus: ciclo, biologia, epidemiologia, patogenia e controle. In: KESSLER, R.H., SCHENK, M.A.M. Carrapato, Tristeza Parasitária e tripanossomose dos bovinos. Campo Grande: EMBRAPA – CNPGC, 1998, p. 9-44.

Martins, J.R. Manejo da resistência aos carrapaticidas. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária. v.13, sumpl. 1, p. 114-115, 2004.

2 Comments

  1. Luiz Afonso Faria disse:

    O que me deixa indignado é a comunidade cientifica não dar atenção ao beneficio da HOMEOPATIA no controle de carrapatos. Uso este tratamento desde 1997, considero que tive o melhor resultado (CUSTO/BENEFICIO) entre todos. Tenho no meu rebanho gado zebuíno, como também, cruzamento com taurino(europeu). Em todos eles as respostas foram satisfatórias, além de controlar com o mesmo produto mosca do chifre e vermes. Não tenho vínculo com nenhuma empresa de produção do tratamento, portanto isto não é uma propaganda. Penso que deveria ter sido pelo menos citada.

    Resposta da autora:
    Boa tarde Sr. Luiz Afonso Faria

    Primeiramente agradecemos seu comentário e gostaríamos de acrescentar que o artigo refere-se ao controle do carrapato fora do hospedeiro, o próximo artigo fará referência a métodos de controle no hospedeiro, incluindo a homeopatia. Se vc tiver alguma publicação técnica ou científica dos seus resultados e puder nos enviar seremos gratos.

    Atenciosamente,
    Alcina Vieira.

  2. Ronaldo Mendonça dos Santos disse:

    Tenho dúvidas quanto ao controle de carrapatos (Boophilus microplus) e imunidade do animal quanto se pensa em eliminar totalmente esse parasita, vejo isto acontecer em vacas estabuladas que quando soltas em piquetes, no período de secagem, são acometidas por Babesia sp, babesiose.

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