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Métodos de controle do carrapato bovino (Boophilus microplus) sobre o hospedeiro

O controle do carrapato dos bovinos (Boophilus microplus) na sua fase parasitária, isto é, sobre o hospedeiro, pode ser realizado por vários meios: vacinas, produtos naturais, produtos homeopáticos e utilização de carrapaticidas. No artigo os autores comentam as vantagens e impecilhos de cada métodos, e quais os cuidados que devem ser observados na escolha de um método de controle de carrapatos.

O controle do carrapato dos bovinos (Boophilus microplus) na sua fase parasitária, isto é, sobre o hospedeiro, pode ser realizado por vários meios:

Vacinas

Consideráveis recursos e esforços de pesquisadores foram investidos nas últimas décadas com a intenção de desenvolver-se uma vacina eficaz contra carrapatos e que fosse de amplo uso, considerando os complexos mecanismos envolvidos na resposta imune. Entre as vantagens do uso de vacinas está a segurança e a ausência do período de carência após a aplicação.

Duas vacinas foram registradas (TickGard, produzida na Austrália e Gavac, produzida em Cuba) e disponíveis comercialmente em alguns países. No Brasil, por diversas razões, entre elas o alto custo e uma eficiência abaixo do ideal ainda não estão sendo comercializadas e colocadas à disposição dos bovinocultores, embora tenham obtido registro de licenciamento. Certamente, com a justificativa econômica de seu uso e uma eficácia comprovada contra carrapatos nas condições brasileiras, estes antígenos deverão ser progressivamente incorporados nas práticas de controle dos carrapatos.

Produtos naturais

Terapias alternativas baseadas na fitoterapia são largamente recomendadas em fazendas orgânicas, entretanto, ainda necessitam ser melhor estudadas para o desenvolvimento de um produto altamente eficaz.

Esforços têm sido realizados para isolar, selecionar e desenvolver fitoterápicos com atividades sobre os carrapatos em diferentes formas de ação. Fitoterápicos tendem a ser menos tóxicos para mamíferos com rápida degradação e menor pressão seletiva para a resistência.

Diversas plantas tem sido utilizadas no controle do carrapato bovino, entre elas estão o Nim indiano, o Timbó e Eucalipto, entretanto a composição química dos extratos de plantas e sua eficácia podem depender de alguns fatores como localização das plantas, época e período da coleta. Algumas plantas acumulam bioativos de forma diferenciada nas raízes, cascas, folhas, flores e frutos.

Produtos homeopáticos

Nos últimos anos produtos homeopáticos tem sido amplamente utilizados no Brasil para o controle de diversos parasitos. No entanto, apenas recentemente pesquisas têm buscado avaliar a eficácia desta terapia no controle das parasitoses. Em propriedades que utilizam produtos homeopáticos específicos para o controle do carrapato B. Microplus tem-se observado a diminuição da taxa de infestação deste parasito em bovinos quando comparados a propriedades que não utilizam esta terapia. Muitas vezes este tipo de tratamento vem associado a uma mudança de manejo na propriedade e uma melhora no manejo nutricional do rebanho, já que este tratamento pode ser aplicado no sal mineral. Assim fica difícil dissociar a eficácia deste produto com a melhora do nível nutricional dos animais nas condições de campo.

Ensaios controlados e com longa duração (acima de seis meses) são necessários para comprovar cientificamente a utilização do produto homeopático no controle do carrapato dos bovinos.

Utilização de carrapaticidas

A escolha correta dos princípios ativos (carrapaticidas) é o passo inicial e fundamental para o sucesso do controle químico dos carrapatos nos bovinos. Por outro lado, monitorar populações de carrapatos com relação à sensibilidade aos principais princípios ativos com a finalidade de se detectar precocemente indícios da presença de indivíduos resistentes é uma das recomendações para diminuir uma exposição desnecessária, e dessa forma evitar a seleção e disseminação da resistência.

Diversos são os meios de comercialização e aplicação dos carrapaticidas, como por exemplo, produtos para aspersão, pour-on, e injetáveis. Nos casos dos produtos para aspersão, que podem ser aplicados de diferentes formas (pulverizador costal, pulverizador capeta, brete de aspersão, e banheiros carrapaticidas), deve-se diluir o carrapaticida em uma pequena quantidade de água (2 a 3 litros) e misturar-se muito bem, em seguida essa mistura deve ser despejada no pulverizador ou banheiro, e completada com a quantidade de água necessária para o volume de carrapaticida na calda, uma nova mistura do produto torna a preparação mais satisfatória. Os pulverizadores devem estar bem regulados para que permita a saída da mistura bem homogeneizada, na forma de um jato com microgotículas e muita velocidade. Dessa forma, o produto é capaz de penetrar nos pêlos dos animais e atingir os carrapatos pequenos. É necessário aproximadamente 5 litros da calda para que cada animal seja completamente molhado, o que resulta em um controle eficaz do carrapato.

Referências bibliográficas:

Gomes, A. O carrapato-do-boi Boophilus microplus: ciclo, biologia, epidemiologia, patogenia e controle. In: KESSLER, R.H., SCHENK, M.A.M. Carrapato, Tristeza Parasitária e tripanossomose dos bovinos. Campo Grande: EMBRAPA – CNPGC, 1998, p. 9-44.

Martins, J.R. Manejo da resistência aos carrapaticidas. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária. v.13, sumpl. 1, p. 114-115, 2004.

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