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Minerva pode ter 1º trimestre favorável com venda estratégica aos EUA

Foto: Divulgação Minerva

Uma mudança em curso no mercado global de carne bovina neste início de ano está colocando à prova, mais uma vez, a capacidade da Minerva Foods, maior exportadora da América do Sul, de arbitrar suas vendas. No entanto, a empresa acertou em um movimento estratégico no primeiro trimestre e deve colher bons resultados.

“Os volumes performados neste primeiro trimestre estão dentro do orçamento. A nossa capacidade de mercado está ajudando a manter a rentabilidade, mesmo em regiões menos vantajosas, com bons volumes”, afirmou nesta terça-feira (26/3) o diretor financeiro e de relações com investidores da Minerva, Edison Ticle, em apresentação a analistas de bancos.

Na segunda-feira (25/3), a companhia informou um lucro líquido de R$ 19,8 milhões no último trimestre de 2023, resultado bem diferente do prejuízo de R$ 25,7 milhões no mesmo período do ano anterior. A receita líquida caiu 0,9% no mesmo comparativo, para R$ 6,16 bilhões.

O grande destaque da companhia no trimestre foi uma geração de caixa livre da ordem de R$ 149,2 milhões, elevando o total do ano para R$ 535,7 milhões, já ajustado pela aquisição da Australian Lamb Company (ALC) e Breeders and Packers Uruguay (BPU).

No trimestre passado, a companhia abateu mais animais do que vendeu carne. Hoje, a diretoria da Minerva confirmou que foi um movimento estratégico para formar estoques e ocupar a cota de exportação para os Estados Unidos. Segundo Ticle, a empresa respondeu por mais de 50% do volume negociado.

“Isso, por óbvio, deve trazer alguma liberação de capital de giro, mas não posso garantir que tudo no primeiro trimestre”, explicou o diretor financeiro.

Em relatório do BTG Pactual, os analistas Thiago Duarte e Henrique Brustolin, reforçaram que a Minerva encerrou o ano de 2023 com caixa recorde de R$ 12,7 bilhões. “Mais que suficiente para fazer frente aos R$ 6 bilhões que ainda serão pagos pelos ativos da Marfrig”, dizem.

A compra de unidades da Marfrig pela Minerva ainda aguarda a aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A diretoria da empresa espera a liberação ainda na primeira metade de 2024.

No entanto, os analistas afirmam que, para que a Minerva não tenha novos impactos nessa aquisição, o negócio deve ser aprovado antes que a companhia comece a pagar os juros dos empréstimos feitos. Além disso, possíveis soluções antitruste e a complexidade para integrar as 16 plantas também estão no radar.

“Mantivemos a recomendação de compra [das ações da Minerva] acreditando que a maior parte dos itens acima já estava precificada após a venda das ações”, dizem.

Cordeiros

Outro destaque positivo é a operação de cordeiros na Austrália, que também deve colaborar para um ano de 2024 positivo para a empresa. Segundo a empresa, o Ebitda da região está 20% acima do que foi projetado antes da compra da ALC.

“A gente abriu mercados que as empresas adquiridas não tinham, aumentando a diversificação geográfica”, disse Fernando Galetti de Queiroz, CEO da Minerva. “Melhoramos o pricing [precificação] a partir de trabalhos em mercados de nicho”, acrescentou Ticle.

Fonte: Globo Rural.

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