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Ministério pede auditoria na Argentina

O Ministério da Agricultura quer que técnicos brasileiros realizem visitas às áreas na Argentina que estão sob suspeita de terem focos de aftosa – Entre Rios e e Corrientes – para realizar uma avaliação da situação sanitária dos locais. É o que informa uma reportagem de Carolina Bahia, publicada hoje no jornal Zero Hora. Segundo a reportagem, o trabalho poderá ser realizado em parceria com profissionais do Centro Panamericano de Febre Aftosa ainda na primeira semana de fevereiro, quando haverá uma reunião no país vizinho.

Ontem, em Brasília, o secretário de Defesa Agropecuária do ministério, Luiz Carlos de Oliveira, afirmou que a solicitação nesse sentido já foi enviada ao Serviço Nacional de Sanidade Agropecuária da Argentina (Senasa) e a resposta é aguardada para os próximos dias. “Enquanto isso, não temos outra alternativa senão esperar, já que oficialmente a Argentina informa que não há focos na região. Sabemos que a questão é preocupante, mas corremos o risco de sofrer até mesmo embargos se tomarmos alguma atitude sem justificativa”, disse o secretário.

Essa também foi uma resposta ao pedido que o secretário da Agricultura do RS, José Hermeto Hoffmann, levou ao ministério, de um controle na fronteira com a Argentina, em função dessa suspeita de focos. Ontem, logo após a cerimônia na Embrapa, em Brasília, na qual o presidente, Fernando Henrique Cardoso, e o ministro da Agricultura, Marcus Vinícius Pratini de Moraes, anunciaram o Circuito Pecuário Leste como livre de aftosa com vacinação e o Programa Nacional de Peste Suína Clássica, Hoffmann foi ao ministério para discutir o assunto.

Durante a solenidade, o próprio ministro havia adiantado que não se pode fechar fronteiras “de uma hora para outra”. Apesar de ter ouvido essas argumentações, Hoffmann foi irredutível: vai manter as oito barreiras sanitárias que instalou na fronteira com a Argentina. O secretário aceita apenas recuar os locais de fiscalização um pouco para dentro do Estado, se não houver um acordo com a Receita Federal. “O que nos move é a defesa do nosso plantel. Torcemos para que a Argentina atenda ao apelo do ministério e que haja uma conclusão rápida. Tão logo fique comprovado que não há foco no país vizinho, retiramos as barreiras”, disse Hoffmann, que aproveitou para solicitar que técnicos gaúchos acompanhem o ministério, se for aprovada a visita à Argentina.

Na presença do secretário do Rio Grande do Sul, Oliveira voltou a afirmar que a realização de barreiras sanitárias na fronteira não é uma competência estadual e sim da União. E que esse tipo de bloqueio promovido pelo Estado já está sendo questionado pelas autoridades argentinas. Por enquanto, conforme Oliveira, só continua proibida a entrada de animais vivos das regiões argentinas sob suspeita.

Na solenidade, também o presidente da Federação da Agricultura (Farsul), Carlos Sperotto, solicitou ao ministério que encaminhe ao Centro Panamericano de Febre Aftosa pedido para que os profissionais dessa entidade tenham acesso aos rebanhos argentinos. “Queremos uma auditoria do real estado sanitário da Argentina”, reclamou o presidente da Farsul.

Por Carolina Bahia, para Zero Hora/RS, 11/01/01

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