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Ministros se desentendem no debate do desmatamento

O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, defendeu ontem sua proposta para alterar o Código Florestal, disse que nunca foi favorável ao desmatamento ilegal e chamou o Ministério do Meio Ambiente de "incompetente" no combate à destruição da floresta.

O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, defendeu ontem sua proposta para alterar o Código Florestal, disse que nunca foi favorável ao desmatamento ilegal e chamou o Ministério do Meio Ambiente de “incompetente” no combate à destruição da floresta.

A proposta, apresentada na terça-feira, inclui uma anistia para quem desmatou as áreas de preservação permanente (APPs) e plantou nesses locais até 31 de julho de 2007. APPs são topos de morro, margens de rios e encostas – áreas que não podem ser ocupadas e precisam ser recuperadas.

Segundo Stephanes, é preciso manter a agricultura “em topo de morro, serra e várzea em áreas já consolidadas, onde as pessoas estão produzindo há 50 ou há 100 anos”.

Para ele, se o código for mantido como está, “toda a produção de uva do Rio Grande [do Sul], de fruta de Santa Catarina e metade do café de Minas Gerais estariam proibidos”. “Isso tem de ser corrigido ou vamos efetivamente assumir publicamente que a metade do café de Minas tem de ser erradicado.”

O ministro enfatizou, porém, que nunca defendeu o desmatamento. “Se alguém derruba ilegalmente a madeira, ponha-se na cadeia. Isso não é problema meu. Isso é problema de incompetência do Ministério do Meio Ambiente, que não consegue colocar na cadeia os caras que derrubam madeira.”

Após sua proposta receber críticas de ambientalistas, o ministro também respondeu a eles: “Ambientalistas não plantam. Eles comem, poluem”.

O ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) afirmou que sua pasta não tem competência para prender, mas “multa, embarga e ajuíza ações”. “Me custa crer que uma pessoa com a experiência dele tenha feito um comentário tão injusto. Mas vou relevar. Concedo perdão não aos desmatadores, mas ao ministro temporariamente descompensado.”

Minc disse que enviou ontem a Stephanes uma lista de 12 propostas para recomeçar o diálogo no sentido de reformar o Código Florestal, de 1965.

As informações Folha de S.Paulo, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. Roberto Moraes disse:

    Estou com o Ministro Reinhold Stephanes. O ministro do meio ambiente não tem mesmo competencia e depois esses ambientalistas só sabem comer e poluir, pergunta para um desses o que eles produzem? Se deixar por conta deles vão todos comer folhas de arvores e casca de pau tipo indios. Pergunta para eles se já comeram casca de pau? Lógico tem os que produzem nesse país e que não são vagabundos como esses ambientalistas.

    Gostaria que um deles desse a cara para falar comigo!
    Mais são todos covardes vivem na cola do governo fazendo pressão e não vem discutir com os produtores para conhecer a realidade do campo.

  2. Iria Maria Davanse Pieroni disse:

    Pelo andar da carroagem, o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, quer mesmo sacrificar o norte em detrimento do sul, privilegiando estes acerca da legalidade do desmatamento em função do tempo que estão fixados à terra. Porém, desdém dos agropecuaristas que estão localizados na região norte, que enfrentaram inúmeras dificuldades e colocaram suas famílias em risco quando atenderam o chamado do Governo Federal para desbravar a amazonia para garantir o direito de propriedade sobre ela do Estado Brasileiro, ao generalizar: “que não consegue colocar na cadeia os caras que derrubam madeira.”

    Querem mesmo dividir o pais, por região, igonrando que todos são brasileiros e devem estar subordinados a uma coluna vertebral legislativa.

    Entendo ser difícil mesmo administrar um País tão grande quanto o Brasil. E dando a dimensão, resta a população do sul entender os problemas enfrentados pelas do norte e vice-e-versa.

    Nesse caminhar, deveria mesmo haver a divisão com base na linha do equador.

  3. Nacim Hajjar Filho disse:

    Concordo plenamente com a posição tomada pelo ministro Stephanes. A generalização feita pelo Minc é descabida e mal estudada. Ainda bem que o Ministro da Agricultura agiu em tempo e sem atraso como fazem nossos deputados, e não deixou que essa ignorância acontecesse.

  4. Marcelo Freitas disse:

    Até que enfim, falaram que todos comem, todos querem ter seus lares bem bonitos e farturosos! E que os ambientalistas sao seres poluentes, e tambem poluem!

  5. Eduardo Salvador Rocha disse:

    Enquanto permanece essa visão apaixonada por parte dos ambientalistas o país perde a posição que conquistou à durissimas penas na produção de produtos essenciais como soja, carne, cana etc. Eles para serem mais autenticos deveriam ja ir começando comendo somente folhas do mato, eles e suas familias.

    A solução é simples pela falta de recursos como pelo legal. O governo deve fiscalizar reserva legal e app, o resto, o produtor faça dentro do bom senso o que lhe aprouver em suas terras sem necessidade de licença para desmate e demais burocracias.

  6. Ulisses Lucas Camargo disse:

    Alguém tinha que dizer alguma coisa sobre isso. Ótimo que seja o ministro da agricultura.

    Produtor rural é antes de tudo um produtor de alimentos. Quando criança, aprendi que alimento é importante.

    Quanto ao desmatamento, esse tem que parar, mas precisamos pensar em como ocupar as pessoas que vivem disso.

  7. Kenhiti Ikeda disse:

    É realmente surreal este bate boca entre ministros. Como podem fazer parte de uma mesma equipe? Isto mostra a falta de liderança de um governo que só pensa em fazer discurso, mirando as eleições de 2010. Enquanto isso, a crise internacional só vai piorando a cada dia, e os nossos ministros se desentendendo.

    O ministro Stephanes tem razão em denunciar este descalabro, de querer erradicar metade das plantações de café do Estado de Minas Gerais, as parreiras de uva do Rio Grande do Sul, as plantações em várzeas, etc. Enquanto isso o desmatamento em áreas virgens continua a todo vapor, sem fiscalização, autuação ou qualquer outra medida que possa coibir a prática ilegal. Este país não pode ser considerado “sério”, como já foi comentado por um presidente francês há decadas atrás.

  8. Adelson da Costa Lima disse:

    Essa questão é seríssima e está longe de terminar. Todos os produtores rurais devem estar atentos, vigilantes. O decreto 6514 de julho colocou, no mínimo, 95% dos produtores rurais como criminosos ambientais, devido à severidade de seu texto.

    Ainda bem que as autoridades estão revendo tudo isso. É imprescindível que todas as partes envolvidas, principalmente os Legisladores, Ministros, OAB, CNA e Federações que representam os produtores rurais saiam das quatro paredes de seus escritorios e venham para o campo em busca de soluções possíveis e com metas de médio e longo prazo para as adequações necessárias para o nosso setor.

    Quem conhece o nosso país, e o ama, sempre defenderá seu povo, sua natureza e seus agentes econômicos. É preciso compreender isso. O produtor rural é o único agente econônico que tem de dispor, sem nenhuma remuneração por isso, de 20% a 80% de seu patrimônio imobiliário. É um peso descabido para um setor que não tem renda, aceita preço de mercado e ainda tem de se defender da acusação de criminiso e de inimigo da natureza.

    Nínguém no mundo ama mais a natureza do que o produtor rural, que alí está diurtunamente, desempenhando a sua rotina de trabalho. Defendo sempre que a melhor política é a de educação e premiação. Como o nosso país é de tamnho continental as diferenças regionais são lógicas e obvias, e portanto, a maioria dos produtores rurais ignoram que à luz dos legisladores estão exercendo sua atividade de maneira negativa. Se as regras fossem claras, de domínio de todos, se fossemos tratados, pelo menos, como agentes econômicos que dempenham suas atividades com “boa intenção”, as soluções para os nossos problemas estariam mais próximas e seriam mais duradouras.

    Devemos manter-nos vigilantes junto às autoridades que conhecemos mantendo-as alertas para a nossa realidade e sofrimento. Todos os que tem a caneta de Legislador podem e devem sempre ter em mente as conseqências, muitas vezes irreparáveis, de seus atos. Nossa atividade econômica atualmente vive apenas de esperança. Vamos confiar na lucidez de nossos legisladores, mas vilgilantes.

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