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MT: abates de matrizes causa redução do rebanho

O rebanho bovino mato-grossense pode apresentar queda de 5% em 2008 - abaixo de 26 milhões de animais - por causa do alto índice de abate de fêmeas nos últimos anos, afirmou ontem o diretor executivo da Associação dos Produtores Rurais do Estado (APR/MT), Paulo Resende. Os números oficiais do plantel bovino, assim como o resultado da campanha de vacinação contra a febre aftosa - etapa de novembro - serão divulgados na próxima segunda-feira pelo Instituto de Defesa Agropecuária (Indea).

O rebanho bovino mato-grossense pode apresentar queda de 5% em 2008 – abaixo de 26 milhões de animais – por causa do alto índice de abate de fêmeas nos últimos anos, afirmou ontem o diretor executivo da Associação dos Produtores Rurais do Estado (APR/MT), Paulo Resende. Os números oficiais do plantel bovino, assim como o resultado da campanha de vacinação contra a febre aftosa – etapa de novembro – serão divulgados na próxima segunda-feira pelo Instituto de Defesa Agropecuária (Indea).

Paulo Resende informou que o abate de matrizes em grande escala aconteceu a partir de 2003, “devido à baixa remuneração” ao pecuarista. Naquele ano, a arroba do boi gordo chegou a ser comercializada por até R$ 36.

Em 2004, 2005 e 2006 também houve forte descarte de fêmeas. O diretor da APR diz que os pecuaristas adotaram a estratégia de aumentar o abate de matrizes como forma de gerar renda. Com isso, acabaram comprometendo a oferta de animais para engorda.

Em 2005, de acordo com a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), o abate de fêmeas oscilou entre 35% e 40%. Em 2000, a média de abate de fêmeas era de 26%. O índice caiu para 22,7% em 2001 e depois aumentou ano a ano, chegando a 24% em 2002, 31% em 2003, 34% em 2004, 39% em 2005 e manteve-se estável em 2006. Em alguns Estados, esse índice chegou a 50%.

“Até 2007, o abate de matrizes se dava pelo baixo preço da arroba do boi. Como conseqüência da alta taxa de descarte de matrizes, os produtores tiveram dificuldades para repor animais (bezerros) no pasto. Com a escassez da oferta de boi pronto para abate, o preço da arroba da vaca sofreu expressiva valorização, levando muitos pecuaristas a abater matrizes para fazer dinheiro”, conta Resende.

O abate indiscriminado de fêmeas acabou levando a uma drástica redução da oferta de bezerros no mercado. Por isso, Mato Grosso foi um dos Estados onde os preços do bezerro tiveram maior valorização do país em 2008.

De acordo com levantamento de entidades ligadas à pecuária, o preço médio do bezerro deu um salto de 100% no ano passado, passando de R$ 340, em 2006/2007, para R$ 680 em 2008. Atualmente, em função da queda nos preços da arroba do boi – que encolheram de R$ 90 para R$ 73 – o preço do bezerro também recuou, estando hoje no patamar de R$ 500 a R$ 540.

Na avaliação dos pecuaristas, esta valorização ainda está acima da média, superior até mesmo à cotação da arroba do boi gordo. “Nos leilões locais o bezerro está cotado por preços que variam de R$ 500 a R$ 540. Entretanto, não podemos fazer qualquer projeção para o futuro. A oferta maior de bezerros ocorre após a campanha de vacinação do mês de maio e só a partir daí é que teremos uma definição mais clara do mercado”.

As informações são de Marcondes Maciel, publicadas no jornal Diário de Cuiabá, resumidas e adaptadas pela Equipe BeefPoint.

0 Comments

  1. Rafael Rubenich disse:

    O bezerro vem se valorizando a um ano e o preço da @ também. Será que esse aumento no número de abate de matrizes em 2008 não pode ser atribuído à reposição de matrizes visando a cria de bezerros para os próximos 4 anos, já que não teremos diminuição da oferta nos mercados interno e externo, o que auxiliará o suporte dos preços atuais.

  2. Paulo Cesar Serena disse:

    Prezados Leitores!

    As notícias são as piores possíveis, agricultura em crise, o nosso produto (gado de corte) em baixa, desemprego, quebra de empresas, alto indice de inadiplencia ,elevado numero de devolução de cheques, tudo isto nos leva a refletir, quem causou tudo isto, quem deu inicio a isto, quem ganha com isto?

    Como leitor e como consumidor me pergunto o que fazer para isto mudar; tenho ido ao mercado e vejo que os produtos continuam em alta, temos o exemplo da carne, um Kg de picanha custa R$35,00 o kg, enquanto recebemos miseros R$2,60 pelo boi na balança.

    Como sou um otimista de carteirinha acredito na nossa força, acredito no povo brasileiro, acredito em trabalho e dedicação, não vamos deixar a crise nos pegar de calças curtas, vamos arregaçar nossas mangas, vamos produzir, pois enquanto alguns choram outros vendem lenços.

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