A mulher do marqueteiro João Santana, Monica Moura, afirmou a procuradores — em depoimento durante negociação para fechar acordo de delação premiada — que a JBS pagou caixa 2 à campanha pela reeleição de Dilma Rousseff. Segundo o relato, a empresa pagou diretamente a dívida do PT com a gráfica Focal Confecção e Comunicação Visual, de São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Este pagamento não está declarado à Justiça Eleitoral. A JBS doou R$ 361,8 milhões nas eleições de 2014, legalmente. A empresa nega veementemente a afirmação, diz que vasculhou todos os seus arquivos e não encontrou registro do suposto pagamento.
A Focal é a segunda maior fornecedora da campanha de Dilma e Michel Temer, em 2014, e pertence ao empresário Carlos Cortegoso, que presta serviços ao PT desde os anos 90. Segundo Mônica, o então tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, determinava que serviços gráficos de campanha deviam ser concentrados nas empresas de Cortegoso, porque ele aceitava receber os pagamentos depois das campanhas.
A Focal teria emitido notas fiscais de serviços para a JBS, mas nunca imprimiu peça ou fez serviços para a empresa. As notas emitidas para os pagamentos foram entregues pessoalmente na sede da JBS, em SP, por funcionários de Cortegoso.
A JBS disse não ter localizado em sua contabilidade qualquer registro de pagamento para a Focal ou para outras empresas registradas em nome de Carlos Cortegoso e pessoas ligadas a ele.
Fonte: O Globo, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.