Uma marca brasileira não para de crescer na China. Depois de 17 anos ensinando aos chineses o que é picanha, pão de queijo e feijoada, a rede de churrascarias Latina se prepara para abrir cinco restaurantes neste ano e mais cinco em 2016, embalados pelo crescimento do consumo e do setor de serviços na segunda maior economia do mundo.
Mesmo sem poder servir carne bovina do Brasil, barrada na China desde 2012 por questões sanitárias, o negócio tem crescido entre 15% e 20% ao ano. A picanha do Latina vem da Austrália, mas isso não freou a expansão da rede brasileira, que no ano passado teve faturamento de 75 milhões de yuans (R$ 35,8 milhões), segundo os sócios.A previsão deles é que o valor aumente 60% em 2015.
Para Jun Taichi, brasileiro e um dos sócios da WD, que controla a rede de churrascarias, servir carne australiana não afetou a imagem dos restaurantes.
“A maioria do público chinês nunca comeu carne dessa forma, por isso não tem termo de comparação”.
Segundo ele, o que atrai os chineses é a experiência brasileira, não importando se a picanha for australiana. A fartura do sistema de rodízio ajuda.
Essa experiência poderá se tornar mais brasileira em breve, caso seja concretizada a expectativa de reabertura do mercado chinês para a carne bovina do país.Embora o embargo não tenha freado o sucesso da Latina, Jun está na expectativa, pois isso pode ajudar no marketing.
Além disso, lembra ele, a reabertura do mercado permitiria a importação de cortes de carne bovina apreciados no Brasil e que atualmente não são disponíveis na China, como o cupim.
O grupo tem 300 funcionários na China (20 brasileiros) e conta com 12 restaurantes, oito churrascarias e quatro pizzarias e a expectativa é que chegue a 40.
Fonte: Folha de São Paulo, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.