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“Não queremos ser um negócio de commodity” , afirma CEO da BRF

Quando BRF e Marfrig Global Foods anunciaram em maio que estudavam uma possível fusão, analistas, investidores e executivos da indústria demonstraram muito ceticismo com o sucesso dessa união.

Os críticos da transação sustentavam que a BRF incorporaria uma operação – produção de carne bovina – com margens de lucro baixas, reduzindo drasticamente o peso da área de alimentos processados, que normalmente é mais rentável.

Ontem, em entrevista ao Valor, o CEO global da BRF, Lorival Luz, explicou as motivações estratégicas que levaram a companhia a avaliar uma possível fusão. De acordo com ele, o foco estava na agregação de valor que poderia ser obtida, entre outras coisas, ao usar a marca Sadia em carne bovina.

Outra vantagem, acrescentou, era o parque fabril de hambúrguer da Marfrig nos Estados Unidos, que daria à BRF dimensão em produtos de carne bovina de maior valor agregado e também posicionariam a companhia em um mercado dinâmico como o americano.

Na avaliação do CEO da BRF, o objetivo de agregar valor ajudaria a atenuar o impacto da assunção da carne bovina in natura da Marfrig, que é de longe a mais importante da companhia fundada por Marcos Molina. “[A Marfrig] tinha um componente que não é tão o nosso objetivo, mas tinha um componente [carne processada] super importante que está alinhado”, disse.

Para o futuro, Luz não descarta a entrada da BRF na produção de carne bovina. “Mas não tem nenhuma conversa nesse sentido”, ressaltou. E, mesmo que venha a entrar nesse ramo em algum momento, a dona da Sadia e Perdigão não se transformará em uma exportadora de carne, sustentou. “Não queremos virar um frigorífico exportador. Não queremos ser uma empresa de commodity”, disse Luz.

Fonte: Valor Econômico.

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