A criação de uma unidade de conservação ambiental, numa área de quase 1,5 milhão de hectares, envolvendo os municípios amazonenses de Manicoré (Distrito de Santo Antônio do Matupi) e Apui, poderá trazer graves transtornos sociais e problemas econômicos a região já ocupada por produtores agrícolas e projetos pecuários, segundo o presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (FAEA), Muni Lourenço Silva Júnior, após encontro realizado com o presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Roberto Vizentin.
Em princípio poderão ser prejudicadas pela criação dessa nova unidade de conservação 100 famílias de produtores rurais e 150 planos de manejo sustentável, numa área onde estão sete mil cabeças de gado, com produção de carne e leite.
A decisão de propor a criação da unidade de conservação ambiental foi tomada no final do ano passado pela Câmara Técnica de Destinação Massiva, coordenada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).
O presidente da FAEA destacou a seriedade da questão e disse ser preciso uma análise cuidadosa do tema pelo poder público. O que estamos reivindicando, disse ele, é a “reavaliação da medida de modo a proteger pequenos e médios produtores rurais da região”.
O fato é que, caso seja mantida a criação da referida unidade de conservação – ainda na dependência de um decreto da presidente Dilma Rousseff para a sua efetivação – estará sendo colocada “em risco empreendimentos pecuários numa área com cinco mil hectares de pastagens e de criação de gado bovino”.
Fonte: CNA, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.