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Novo cultivar de Panicum maximum, a ser lançado em 2001, é comparado com Tanzânia e Mombaça

À partir de Janeiro de 2001, a Embrapa de Campo Grande lançará comercialmente uma nova cultivar de Panicum maximum, se trata da cultivar Massai. Essa cultivar foi selecionada da coleção de Panicum maximum da Embrapa composta de 426 acessos, e que teve início em 1982.

O capim Massai foi submetido a um experimento de produtividade, tanto animal como vegetal, onde as forrageiras comparadas foram o Tanzânia e o Mombaça, que são cultivares de Panicum maximum há mais tempo no mercado. Esse experimento teve um tempo relativamente longo, 4 anos, sendo o sistema adotado o pastejo ratacionado. foram realizadas algumas adubações estratégicas ao longo do período, inclusive com fertilizante nitrogenado. As avaliações de produção vegetal constam da tabela 1.

Tabela 1- Médias de disponibilidade de matéria seca total (MST) de matéria verde seca (MVS), e das percentagens de folhas, das pastagens de Mombaça, Tanzânia e Massai, adubadas com 50 kg de N/ha, antes e após o pastejo, nos períodos seco e águas.

Tabela 1

A disponibilidade de forragem foi maior para o Massai, isso devido a opção de deixar maior oferta de forragem nessa cultivar, já que os animais não vinham apresentando um bom desempenho. No período seco do ano foi observada baixa disponibilidade de forragem verde seca, sugerindo ser este o motivo do baixo desempenho dos animais nesse período (Tabela 2).

Tabela 2- Médias de ganhos de peso por animal e por área, e taxas de lotação em pastagens de Tanzânia, Mombaça e Massai, adubados com 50 kg de N/ha, nos períodos de seca e de águas.

Tabela 2

O capim Massai, apesar da maior oferta de forragem, proporcionando, dessa forma, maior seleção da forragem pelos animais foi a cultivar que apresentou menor desempenho animal, apenas 400 g/animal.dia nas águas e 10 g/animal.dia na seca, esses números podem ser considerados muito baixos, e apesar da maior lotação animal dessa forragem (1,99 novilhos/ha.ano) a produção anual foi mais baixa (620 kg/ha de carcaça). Segundo Lempp et al. (2000), a qualidade das folhas dessa gramínea (Massai) é inferior, o que pode determinar um maior tempo de retenção da forragem no rúmen para sua fermentação, provocando menor taxa de consumo e conseqüente menor ganho de peso.

Porém, algumas vantagens do capim Massai devem ser ressaltadas:

– melhor cobertura do solo
– maior resistência ao alumínio
– maior resistência ao ataque de cigarrinhas

COMENTÁRIO: A busca por forrageiras de maior produção parece não ser o caminho correto, uma vez que a produção vegetal nem sempre é traduzida em produção animal, isso devido às diferentes eficiências de aproveitamento da forragem produzida dentro de cada sistema de manejo da planta. No entanto, essa ainda é a premissa básica nos trabalhos de melhoramento de plantas forrageiras. Esses trabalhos, portanto, devem ser acompanhados de experimentos básicos de fisiologia que determinam melhor o manejo da planta, pois as espécies e cultivares apresentam manejos diferenciados, uma vez que possuem taxas de crescimento diferentes, florescem em épocas diferentes e dessa forma, não devem ser manejadas com os mesmos períodos de descanso, como nesse trabalho (35 dias).

No entanto, deve ser ressaltado o excelente trabalho de Euclides et al. (2000), que coloca no mercado uma forrageira com bom potencial de uso e, principalmente, acompanhada com um experimento de desempenho animal.

Fonte: Euclides, V. P. B.; Macedo, M. C. M.; Valério, J. R. e Bono, J. A. M. Cultivar Massai (Panicum maximum) uma nova opção forrageira: características de adaptação e produtividade. XXXVII Reunião Anual da SBZ, Viçosa, 2000.

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