No dia 4 de abril, será realizado o BeefSummit Sul, em Porto Alegre – RS. O evento será organizado pelo BeefPoint, em parceria com a Associação Brasileira de Hereford e Braford (ABHB). O BeefSummit Sul vai reunir nomes de sucesso do agronegócio para discutir e debater os rumos da pecuária de corte no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. A expectativa é de um público de 400 pessoas, entre produtores e investidores, tornando o BeefSummit uma excelente oportunidade de gerar novos negócios.
No dia do evento, o BeefPoint irá homenagear as pessoas que fazem a diferença e têm paixão pela pecuária de corte no Sul do Brasil com o Prêmio BeefPoint Edição Sul. Há vários finalistas, em 13 categorias diferentes.
O público irá escolher através de votação, o vencedor de cada categoria. Para conhecer melhor os indicados, o BeefPoint preparou uma entrevista com cada um deles.
Conheça Carlos Santos Gottschall, finalista na categoria Professor/Pesquisador.
Carlos Santos Gottschall tem 46 anos de idade, residente em Porto Alegre (RS) e médico veterinário formado há 23 anos pelas UFRGS. É mestre em zootecnia e doutor em Ciências Veterinárias também pela UFRGS, bem como professor do curso de medicina veterinária da ULBRA há 20 anos. Exerce atividade profissional na Universidade integrando ensino-pesquisa e extensão com envolvimento e capacitação de alunos na área de produção animal com ênfase em bovinocultura de corte.
Autor de algumas dezenas de artigos publicados em revistas científicas e autor dos livros:
De forma paralela e complementar à atividade de docente, Carlos Gottschall atua como consultor e prestador de serviços a diversos produtores e propriedades rurais, na área de produção de bovinos de corte, com ênfase em nutrição, sanidade, reprodução, gestão e manejo, sendo responsável pela consultoria técnica em área superior a 30.000 hectares.
BeefPoint: Com base em suas pesquisas, o que você implementou de diferente na pecuária do Sul do Brasil, que levou você a ser um dos finalistas do Prêmio BeefPoint Edição Sul 2014?
Carlos Gottschall: Acredito que o grande número de alunos de graduação e pós graduação, tiveram grande contribuição para que eu fosse indicado! Assim, o entusiasmo pela atividade acaba sendo contagiante e talvez, por bondade, reconhecido.
Nós realizamos muitas pesquisas aplicadas, aprimorando técnicas já existentes, mas com grande foco na qualificação do aluno e desenvolvimento de seu senso crítico e de responsabilidade!
BeefPoint: A pesquisa está cada vez mais distante da prática vivenciada no campo, em sua opinião o que pode ser feito para diminuir esse problema em nosso país?
Carlos Gottschall: A interação entre as universidades e centros de pesquisa com os produtores e vice-versa deveria ser maior. Pesquisadores deveriam ouvir anseios, dúvidas e angústias dos produtores. Assim como, associações representativas ou comissões de produtores e centros de pesquisa deveriam buscar soluções conjuntas.
Para o pesquisador o rigor científico exige o maior controle possível das fontes de variação e minimização do erro experimental. Os produtores querem resultados e poucos controlam as fontes de variação no seu dia a dia. Desta forma uma visão aplicada e pragmática da pesquisa no campo torna-se fundamental para minimizar o problema.
BeefPoint: Qual a missão, visão e valores que você considera ético e promissor no desenvolvimento de novas pesquisas? São aplicáveis de forma prática à rotina de uma fazenda?
Carlos Gottschall: Aumentar a produção de alimentos para alimentar uma população superior a 7,2 bilhões de habitantes é a nossa missão. Assim como, respeitar princípios de bem-estar, sem esquecer que os animais apresentam uma função zootécnica destinada ao suprimento de alimentos.
BeefPoint: O que você faz para difundir suas pesquisas frente aos pecuaristas? O que ainda pode ser feito?
Carlos Gottschall: A condução de projetos de pesquisa em propriedades privadas contribui para a difusão dos resultados entre produtores. Publicações, palestras, etc, também auxiliam na difusão de tecnologia.
BeefPoint: O que vem te trazendo mais resultados?
Carlos Gottschall: A atividade de docente em instituição privada exige um grande envolvimento na tríade “ensino-pesquisa-extensão”. Assim, a orientação de alunos em estágios iniciais (iniciação científica) e o acompanhamento de sua evolução acadêmica, pessoal e profissional é o maior retorno. Além do mais, qualificar recursos humanos através da pesquisa aplicada é o principal resultado.
BeefPoint: Todos sabemos que aprendemos mais com nossos erros. O que fez e deu errado? Você poderia nos contar?
Carlos Gottschall: Acreditei nas ações da Petrobrás.
BeefPoint: O que você considera mais importante na pecuária?
Carlos Gottschall: Associação de gestão e técnica, planejamento e controle; além do entendimento do ciclo produtivo, gestão dos custos de produção e investimento em nutrição.
BeefPoint: Qual o maior desafio da pecuária do Sul do Brasil hoje?
Carlos Gottschall: Competir com o Brasil Central e com a expansão da agricultura.
BeefPoint: Qual inovação / novidade na pecuária de corte você mais gostou dos últimos anos? O que estamos precisando em inovação?
Carlos Gottschall: Seguramente a inseminação artificial em tempo fixo (IATF).
BeefPoint: O que você pretende fazer de diferente em 2014? E por quê?
Carlos Gottschall: Entender melhor o funcionamento, aplicabilidade e filtros das mídias sociais; devido a grande abrangência e expansão das mesmas.
BeefPoint: Qual o exemplo de professor/ pesquisador no Sul do Brasil hoje? Quem você admira por fazer um excelente trabalho?
Carlos Gottschall: Temos excelentes professores aqui no Sul. A UFRGS possui um centro de excelência no qual temos: o professor Lobato, o professor Júlio Barcellos, os professores Maraschin, Nabinger e Carvalho – os quais são referências nacionais e internacionais. Também não posso deixar de citar o professor João Restle (UFSM), que deu uma grande contribuição em estudos de terminação de animais.
BeefPoint: Em sua opinião, o que deve ser feito para aumentar o envolvimento dos jovens na agropecuária?
Carlos Gottschall: A combinação entre a paixão e a razão é necessária. A atividade apresenta um ciclo relativamente longo, riscos mais ou menos elevados e rentabilidade moderada. É necessário ser um estrategista para gerenciar a atividade agropecuária, uma vez que a agricultura mais rápida, rentável e com maiores riscos; enquanto a pecuária mais lenta e com menores riscos. Entretanto, acredito que à associação das duas é uma combinação perfeita! Assim, os jovens deveriam ser estimulados a entenderem a máxima “se você se alimentou hoje, agradeça a um produtor rural”.
BeefPoint: Qual seu recado para os pecuaristas?
Carlos Gottschall: Aproveitem o conhecimento gerado pela pesquisa, sem esquecer princípios de gestão e técnica. Resultados biológicos devem ser precedidos de análise econômica. Nem sempre o ótimo biológico coincide com o ótimo econômico. Planejem adequadamente e avaliem as tecnologias disponíveis.
Confira outra entrevista de Carlos Gottschall no BeefPoint:
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