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Pará anuncia programa de rastreabilidade individual de bovinos

O governador do Pará, Helder Barbalho, anunciou nesta sexta-feira (1º/12), durante a COP-28, em Dubai, nos Emirados Árabes, que o Estado adotará um programa de rastreabilidade individual de bovinos. O objetivo é ter 100% do rebanho paraense microchipado até 2026.

“Isso garante, por um lado, integridade e transparência para a cadeia produtiva na região. E isso também precisa ser feito com apoio ao produtor, para que ele tenha acesso ao benefício que essa rastreabilidade dá, com a abertura de mercados”, afirmou Barbalho.

Segundo ele, abrir novos mercados valoriza a atividade, agregar valor e incrementa a renda do produtor rural, do pequeno pecuarista até o empresarial.

Uma das maiores empresas de carnes do mundo, a JBS anunciou que investirá R$ 43,3 milhões nos próximos três anos nessa frente. Além de aumentar a transparência dessa cadeia produtiva, a empresa quer apoiar pequenos produtores com programas de regularização ambiental e adoção de práticas regenerativas e sistemas agroflorestais.

“Como maior produtor de alimentos do mundo e atuando no principal bioma do mundo, temos muito orgulho de dar uma resposta a nossa capacidade de produção de forma sustentável”, disse a diretora-executiva de assuntos corporativos da JBS, Marcela Rocha, durante painel.

Presente no anúncio, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, elogiou o programa e disse que o Brasil precisa de mais iniciativas como esta. “Queremos que esse programa paraense seja referência para todos os Estados e para todo o mundo”, frisou.

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, disse que o projeto vai mostrar que é possível ter a criação de gado na Amazônia de forma sustentável. “Muda uma chave e propõe uma atividade que ajude inclusive a preservar a Amazônia”, afirmou.

Participação da JBS

Parte dos investimentos anunciados pela JBS irá para o Fundo Amazônia Oriental, para apoiar pequenos produtores no custeio da aplicação de identificadores individuais no rebanho. Ao todo, a companhia brasileira investirá R$ 5 milhões até 2026 na iniciativa.

A companhia também lidera o projeto-piloto que busca a implementação do sistema de rastreabilidade individual de gado no Pará. Os primeiros identificadores eletrônicos foram aplicados em animais na unidade da Friboi em Marabá (PA).

O piloto conta com o apoio de entidades não governamentais e da MSD Saúde Animal, proprietária da marca Allflex, líder em identificação animal, que forneceu os identificadores eletrônicos, treinamentos, equipamentos para leitura dos dados e o software que consolida as informações sobre cada animal.

Após a validação do sistema e a elaboração de protocolos para fazendas fornecedoras diretas da JBS, a empresa colaborará com outros parceiros e o governo estadual para realizar testes nas fazendas de cria e recria de animais.

“Esses programas refletem nosso esforço contínuo em promover práticas produtivas mais sustentáveis e são importantes não apenas para impulsionar a agropecuária paraense, mas para desenvolvermos um sistema único de rastreabilidade no Brasil e assim avançarmos em direção a uma produção cada vez mais transparente e responsável”, afirmou Gilberto Tomazoni, CEO global da JBS.

Combate ao desmatamento

A gerente de políticas públicas do Imaflora, Marina Guyot, afirmou que o anúncio é um marco importante no tema do combate ao desmatamento no país, já que a pecuária responde por uma parte significativa da ocupação de áreas abertas ilegalmente.

“É um objetivo perseguido há muitos anos. Só os acordos de monitoramento da cadeia da pecuária com o Ministério Público começaram há 15 anos. Mas os dados de rastreabilidade não eram suficientes para fazer esse monitoramento de maneira efetiva”, disse Marina.

Ela avaliou que a participação da JBS no projeto é importante porque o custo para resolver a questão é alto e não é justo que o Estado arque sozinho com isso. “Não é ajuda, é responder por parte da responsabilidade. Que isso sirva de convite para o varejo, instituições financeiras e grandes marcas, que comercializam produtos dessa cadeia, a se juntarem ao esforço”, disse.

De acordo com a especialista, o maior trunfo do projeto é cobrir o Estado inteiro e todo o rebanho, diferentemente de alguns projetos que focam em atender mercados de nicho ou importadores. “Essas outras iniciativas dão oportunidade para o problema ‘vazar’ para outros mercados, e continuamos tendo inconformidades”, avalia.

Outra boa notícia é o apoio para que os pecuaristas com passivos ambientais possam se regularizar e seguir na atividade. Ela explica que há mais de 300 mil propriedades com atividade pecuária no Estado e muitas delas vão precisar se adequar.

Fonte: Globo Rural.

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