Paraguai: zona de contenção é crítica para controle de aftosa

Um dos componentes críticos da estratégia de recuperação sanitária e comercial se baseia no conceito do estabelecimento de uma zona de contenção para o foco de aftosa registrado em San Pedro, segundo explicou o especialista da Associação Rural do Paraguai (ARP), Marcos Medina. As gestões ante a Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) serão feitas em Paris dia 24 desse mês.

Em um país livre de aftosa com vacinação, em casos de focos limitados da doença, como foi o caso de San Pedro, pode-se aplicar o código terrestre da OIE que, em seu artigo 8.5.8, refere que se pode aplicar o conceito de zona de contenção como um dos componentes críticos da estratégia de recuperação sanitária e comercial, segundo explicou Medina.

Ele disse que, ao estabelecer a zona de contenção, o objetivo é reduzir ao mínimo as repercussões sanitárias e econômicas de um foco de aftosa. “Uma vez estabelecida e aceita a zona de contenção do foco, o resto do país poderia recuperar seu status sanitário e voltar a exportar aos mercados que aceitem”.

Ele lembrou que o tempo mínimo para solicitar o estabelecimento de uma zona de contenção é de 28 dias após o abate sanitário do último bovino do foco primário. O estudo e a aprovação da solicitação provavelmente durarão 30 a 45 dias mais.

Considerando que o último animal abatido foi enterrado em 25 de setembro, o prazo de 28 dias se cumpre em 24 desse mês. Por sua vez, somando-se o prazo de 45 dias, fica como expectativa que em meados de dezembro desse ano o Paraguai poderia ter uma resposta da OIE.

Medina disse que ao se declarar o foco de febre aftosa no departamento de San Pedro, automaticamente se ativaram os procedimentos indicados pela OIE e pelo Serviço Nacional de Qualidade e Saúde Animal (Senacsa), pelo que dispuseram as medidas de rigor que uma emergência como essa requer.

Em linhas gerais, a ação sanitária tem três etapas, disse ele. A primeira, o controle do foco; a segunda, o estabelecimento de uma zona de contenção e recuperação do status de livre de aftosa para o resto do país e a terceira é a restituição do status de livre de aftosa com vacinação para a zona afetada.

A primeira medida sanitária do Senacsa foi a determinação de uma zona peri-focal em um raio de 5 quilômetros ao redor da fazenda Santa Helena, foco da doença. Outro perímetro se estabeleceu em um raio de 5 quilômetros ao redor do foco, que foi traçado para definir a zona tampão. Uma terceira faixa foi determinada para estabelecer a zona de emergência sanitária, em um raio de 15 quilômetros do foco.

Entre as medidas gerais tomadas pelo Senacsa, proibiu-se a entrada, saída e mobilização de bovinos e espécies susceptíveis à febre aftosa. Igualmente, ficaram proibidas entrada, saída e mobilização de produtos e subprodutos derivados de espécies susceptíveis à febre aftosa. Ao mesmo tempo, se implementaram postos de controle de trânsito em pontos estratégicos para desinfecção de veículos e controle de movimentos de animais suscetíveis, assim como de produtos e subprodutos derivados desses. Também ficou suspensa temporariamente a expedição de certificados sanitários.

Na zona afetada, estabeleceu-se a interdição do estabelecimento, com quarentena completa do mesmo. O abate sanitário de bovinos afetados e seus contatos, de acordo com o disposto pela OIE, ocorreu de 22 a 25 de setembro. Um total de 819 bovinos mais um bezerro nascido foram abatidos e enterrados. Atualmente, segue o rastreamento e a vigilância soro-epidemiológica e a re-vacinação de toda a população bovina, entre outras medidas.

Fonte: site paraguaio ABC Color Digital, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.