Os membros da Carbap, grupo que representa cerca de 35 mil pecuaristas da Argentina, podem interromper a venda de bois a partir do final do mês. Segundo o grupo, que detém metade do gado do país, a medida é um protesto contra uma série de novas políticas do governo, incluindo uma recente decisão de elevar impostos para 25% sobre as exportações de carne.
“A situação é muito séria”, disse o presidente da Carbap, Javier Jayo Ordoqui. “Estamos considerando essa iniciativa porque tais políticas nos excluem do mercado internacional”.
O momento de um protesto desse nível não poderia ser pior para o governo argentino. O consumo de carne per capita, de 145 libras-peso por ano, o mais alto do mundo, normalmente sobe nessa época do ano, elevando os preços. Uma interrupção na venda pode reduzir, de forma significativa, a oferta de carne no mercado local e fazer com que os preços subam ainda mais.
No mês passado, o governo elevou o peso mínimo para abate, na esperança de que isso levaria, eventualmente, a gado mais pesado e, conseqüentemente, maior produção. No entanto, o efeito imediato da medida foi elevar os preços, pois milhares de pecuaristas pararam de vender animais para cumprir com a exigência de um peso mínimo maior. Por conta da elevação dos preços, o governo voltou atrás e mudou as regras relacionadas ao peso para abate.
Fonte: Estadão/Agronegócios (por Beatriz Portugal), adaptado por Equipe BeefPoint