Pesquisa compara preocupações com bem-estar animal entre produtores e consumidores dos EUA

A principal meta de pesquisa em qualquer área é preencher uma falta de informações ou conhecimento. Apesar de pesquisas anteriores terem abordado questões de bem-estar animal em certas áreas – indústrias de suíno e ovos, por exemplo – as pesquisas que existem atualmente que comparam as visões dos produtores e dos consumidores sobre bem-estar animal na indústria de bovinos de corte e de leite são limitadas, disse o economista pecuário da Universidade do Estado do Kansas, Glynn Tonsor.

De acordo com pesquisas recentes, a maioria dos consumidores nos Estados Unidos está preocupada com o bem-estar animal dos bovinos do país. Entretanto, os consumidores e os produtores concordam em muitos pontos de vista específicos relacionados ao bem-estar animal.

Os pesquisadores notam que todas as indústrias pecuárias, incluindo a de produção de carne bovina, estão enfrentando uma pressão crescente para ajustar as práticas de bem-estar animal em resposta às preocupações da sociedade. A intenção desse projeto é pegar informações aprendidas com relação ao bem-estar animal na indústria de carne bovina para descobrir ponde a indústria pode melhorar, identificar áreas para possível engajamento dos consumidores e destacar os pontos existentes de acordo entre produtores e consumidores.

Em pesquisas nacionais, os produtores de bovinos de cria e consumidores em geral responderam questões sobre suas visões sobre bem-estar dos bovinos. Os resultados preliminares indicaram similaridades nas visões entre produtores e o público, bem como lacunas de conhecimento e visões diferentes.

O estudo mostrou que 65% dos consumidores dos Estados Unidos reportaram que estavam preocupados com o bem-estar dos bovinos de corte nos Estados Unidos. Embora a maioria dos produtores de carne bovina discorde fortemente que exista um conflito entre a lucratividade e o bem-estar animal, os consumidores tenderam a acreditar que ser mais lucrativo significa sacrificar o bem-estar animal.

Outra importante diferença entre os dois grupos foi suas visões sobre fornecer cuidados gerais aos bovinos. Enquanto 73% dos produtores de bovinos de cria acreditam que as fazendas dos Estados Unidos fornecem cuidados gerais apropriados para seus animais, somente 39% do público acreditam que isso é verdadeiro.

McKendree disse que esses resultados preliminares mostram oportunidades para os produtores de cria e a indústria de carne bovina em geral de comunicar com o público sobre práticas nas fazendas. Ter uma discussão sobre itens, como cuidados apropriados, ajudaria a definir mais claramente isso com as expectativas de produtores e consumidores.

A pesquisa mostrou que 80% a 90% dos produtores disseram que já implementaram as três principais práticas citadas em suas operações.

Tonsor disse que uma das coisas que se descobriu do estudo é que a questão do bem-estar animal está no olho de quem vê e inclui muitas práticas diferentes: fornecer controle de dor, usar antibióticos, e fornecer alimentos e sombra adequados como alguns exemplos.

Ele disse que essas verificações poderiam permitir afirmações mais amplas de marketing em bem-estar animal, como rotulagem de certificação em produtos de carne no varejo. “Eu encaro nosso trabalho, uma vez que analisado e divulgado para disseminação e absorção do público em geral, é útil como informações suplementares para guiar a priorização desses protocolos e esforços de terceiros”.

Os itens de acordo entre o público e os produtores seriam comparativamente fáceis de serem adicionados a essas verificações de terceiros, disse Tonsor. Um desafio maior, mas tão importante quanto, é a incorporação e resolução dessas áreas de desacordo entre público e produtores hoje. “É aí que entra nosso trabalho, destacando algumas dessas questões ou práticas na fazenda que podem ser uma ameaça à indústria ou uma oportunidade para alinhar o público e os produtores”.

Fonte: Drovers, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.