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Planejamento alimentar. 3. Definição de setores de produção de forragem na propriedade

A etapa final de um planejamento alimentar é a definição dos setores de produção de forragem da propriedade. Para isso é preciso determinar as áreas que apresentam lotações distintas como, por exemplo, pastagens não adubadas, pastagens adubadas no verão, pastagens diferidas para inverno, área de produção de volumosos para confinamento (milho, cana, etc).

As áreas de pastagem a serem adubadas no verão devem ser manejadas pelo método de pastejo rotacionado e receber adubação nitrogenada. De modo geral, a taxa de lotação nestes locais varia entre 3 e 7 UA/ha no verão. No inverno, a capacidade de suporte é normalmente 20 a 30% daquela obtida no verão.

O diferimento de pastagens é uma tecnologia de baixo custo indicado para propriedades com lotações médias. No Brasil Central, estas áreas devem ser adubadas e vedadas entre fevereiro e março. O tempo de vedação deve ser de 100 a 120 dias. As espécies forrageiras mais indicadas para o diferimento são: Braquiária decumbens, Cynodons, Braquiarão.

A Tabela 1 pode ser utilizada como referência para a determinação da capacidade de suporte de algumas áreas. É preciso lembrar, no entanto, que estes valores irão depender da fertilidade de solo, da espécie forrageira, do grau de infestação de daninhas e do grau de degradação da pastagens, devendo ser adaptados de acordo com as condições reais da propriedade.

Tabela 1. Capacidade de suporte média de alguns setores de produção de forragem em uma propriedade de pecuária.


Tendo definido o rebanho a capacidade de suporte dos setores de produção, falta apenas executar o planejamento em si, ou seja, definir a área necessária de cada setor de produção. Para exemplificar esse processo, será considerado o rebanho descrito no artigo anterior (Planejamento alimentar. 2. Estrutura do rebanho e taxa de lotação) em quatro cenários distintos (propriedades de 1200, 1000, 600 e 400 ha). A Tabela 2 mostra a taxa de lotação calculada para este rebanho em cada um dos cenários considerados.

Tabela 2. Cálculo da lotação.


A Tabela 3 mostra a necessidade de área para cada setor em cada cenário. A locação das áreas deve ser feita de forma a atender a necessidade de taxa de lotação da propriedade como um todo. O uso de planilhas eletrônicas facilita bastante este processo de cálculo.

Tabela 3. Necessidade de área para cada setor de produção de forragem em quatro cenários distintos (propriedades de 1200, 1000, 600 e 400 ha).





Este exemplo mostra que, quanto maior a taxa de lotação na propriedade, maior é a necessidade de um bom planejamento alimentar.

No primeiro cenário não há necessidade de implantar nenhuma tecnologia de aumento de lotação, pois apenas com bom manejo de pastagem é possível de se trabalhar com baixas lotações (1 UA/ha) e ter a oferta de alimento distribuída adequadamente ao longo do ano.

Nos casos das lotações de 1,25 e 2,0 UA/ha é necessário se ter pastagens adubadas e diferidas. A proporção entre as técnicas de adubação de pastagens no verão e adubação para diferimento é onde está a importância do adequado planejamento alimentar.
O confinamento, sendo a técnica de maior custo por arroba engordada, é a última técnica à ser implantada. Só é necessário para sistemas com alta lotação como o exemplo de 3 UA/ha (último cenário).

0 Comments

  1. Carlos Augusto Abascal Shiguihara disse:

    Gostei muito da matéria. Gostaria também de parabenizar o site e os autores, ressaltando que são iniciativas como essa é que irão alavancar cada vez vez mais o setor primário e obrigar nossos governantes a cuidar melhor do setor.