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Preços do bezerro recuam e reposição melhora

Nesta semana o indicador de boi gordo registrou valorização de 1,11%. Enquanto isso os preços do bezerro assumiram o movimento inverso, recuando 2,73% para R$ 706,20/cabeça, que corresponde a uma arroba de R$ 117,70. Assim a margem bruta na reposição também melhorou, acumulando alta de 3,91% e sendo calculada em R$ 1034,72.

Nesta semana o indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista registrou valorização de 1,11%, sendo cotado a R$ 105,51/@ na última quarta-feira.

Enquanto isso os preços do bezerro assumiram o movimento inverso, recuando 2,73% para R$ 706,20/cabeça, que corresponde a uma arroba de R$ 117,70.

Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x Indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista

Assim a relação de troca, que nos últimos 12 meses apresentou uma média de 1:2,18, melhorou, subindo para 1:2,47.

Gráfico 2. Relação de troca (boi gordo de 16,5@ por bezerros)

Porém o mais interessante é que está sobrando mais dinheiro para o pecuarista que está repondo seu rebanho no momento, pois a margem bruta na reposição também melhorou, acumulando alta de 3,91% e sendo calculada em R$ 1034,72.

Este valor está 53,21% acima do apurado no mesmo período ano passado, quando valor que sobrava da operação de venda de um boi gordo de 16,5@ e compra de um bezerro desmamado e que será usado para investimentos, pagamento de contas e salários e lucro, era de R$ 675,38.

Gráfico 3. Margem bruta na reposição

Manoel Torres Filho, de Tupi Paulista/SP, comentou que “o mercado de reposição está calmo e com poucos negócios. A oferta de bezerros também não é grande”.

Já João Alfredo Cetino, de Tupã/SP – região de Presidente Prudente – informou que produtos de qualidade estão sendo bastante valorizados. “Vendi um lote de bezerros crioulos meus, desmama (com 8 meses) Nelore por R$ 850,00/cabeça e teve vários compradores interessados. Lógico que eram bezerros com excelente qualidade e com muita genética”.

Eduardo Lund, de Pelotas/RS, disse que na sua região o mercado de gado magro quase não tem oferta. “Não temos terneiros, novilhos, vaca de invernar, etc”.

De Rondonópolis, Eduardo Terra Peixoto, comentou que o bezerro Nelore desmamado está valendo R$ 670,00. “O bezerro não acompanhou o boi gordo e a relação de troca está muito boa. Bezerro de qualidade está mais valorizado, principalmente bezerros de cruzamentos com raças britânicas”. Ele ainda informou que na região “o boi magro (R$ 1.100,00/cabeça) está bem valorizado pela escassez. Invernistas e confinadores já começam a procurar esta categoria, pois o mercado sinaliza bons preços futuros”.

Ivan Sampaio, que atua na região de Feira de Santana/BA, disse que está com inveja destes valores e das negociações que estão acontecendo no Sudeste e Centro-Oeste do país, pois na Bahia a situação é diferente. Ele informou que está vendendo o boi gordo a R$ 96/@ e na sua região, como oferta de bezerros é escassa, os preços giram em torno de R$ 845,00/cabeça, assim sua relação de troca está em 1:1,87. Comentando sobre a falta de animais de reposição ele nos contou que precisou buscar bois magros no Tocantins, pagando R$ 95,00/@, porém devido a distância e impostos estes animais chegaram para ele a R$ 107,00/@.

No início de fevereiro, José Guedes informou que em Goiás e Tocantins o boi magro já estava sendo negociado a R$100,00/@. Na opinião de Gustavo Figueiredo, isso acontece porque “o pessoal aqui de SP está comprando esses animais no Centro-Oeste e Norte e trazendo pra cá!”.

Gustavo Garcia ressaltou que a procura por este tipo de animal é grande. “Os frigoríficos estão loucos atrás de boi para colocar no confinamento. Em uma semana dois clientes já vieram me falar de pessoas comprando tudo que aparece, em dois estados diferentes”, completou.

José Ricardo Skowronek Rezende acredita que “o preço dos animais de reposição é mais relacionado com as expectativas de preços futuros do que com os preços do boi gordo vigente. No momento o cenário é otimista e muitos confinadores e invernistas começam a se antecipar”.

“Enquanto a pecuária brasileira não remunerar a atividade de cria nada se explica. Um bezerro de desmama com 230 kg teria que valer no mínimo R$800,00. Se estão pagando esses preços é porque imaginam que quando o boi ficar gordo vai valer pelo menos 100,00/@”, comentou Nelson Jesus Saboia Ribas, Guaraci/PR.

Para Manoel Terra Verdi, de Fernandópolis/SP, está tudo muito parecido com 2008. “Se é verdadeira a informação que confinadores paulistas estão pagando pelo boi magro preços muito acima do mercado, a situação é idêntica. Boi magro caro, ração cara e memória curta. Ingredientes que somados podem levar a prejuízos monumentais. Este é um ano que devemos evitar grandes riscos. Só colocar no cocho boiadas que o hedge possa evitar perdas e nos garantir lucro, mesmo que pequeno”.

Como está o mercado na sua região? Utilize o formulário para troca de informações sobre o mercado do boi gordo e reposição informando preços e o que está acontecendo no mercado de sua região.

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