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Preferimos não ter o stress de acompanhar os abates em empresas “não muito sérias” – Edison Fontoura, Agropecuária Guapiara

Há algum tempo a Guapiara vem vendendo parte dos seus animais em pé e explico o motivo. Em alguns frigoríficos que não vou citar os nomes, dependendo da negociação realizada tira-se de 2 a 5% do rendimento dos animais na balança (já que na faca fica muito evidente), apenas como exemplo dias atrás, 60 novilhas Angus super padronizadas e pesadas renderam 48,8% no peso morto. Esse frigorifico nos pagou preço de boi + 8% de bonificação, mas se nos deu com uma mão tirou com a outra.

Para complementar os esclarecimentos sobre dúvidas relacionadas à comercialização de bovinos de corte e consequente satisfação dos pecuaristas – quanto ao relacionamento entre produtores e frigoríficos – o BeefPoint reuniu diversas opiniões de profissionais relacionados à pecuária de corte, desde profissionais da indústria frigorífica, da carne, insumos e sanidade à produtores; de forma a esclarecer o seguinte questionamento:

Adoção do critério de peso vivo para comercialização dos animais

Confira o nono e último artigo da série de 9 artigos.

Por Edison L. Fontoura Filho, Agropecuária Guapiara.

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Esse tema é o mesmo que mexer em vespeiro, mas acredito que as coisas podem melhorar somente se discutirmos temas polêmicos como esse e outros que envolvam toda a cadeia da carne.

Vamos lá! O que vou mencionar é o que ocorre na nossa empresa, onde a grande maioria dos animais é produzida nas próprias fazendas de cria, ou seja, tem uma padronização muito interessante, com raros desvios para baixo ou para cima.

Há algum tempo a Guapiara vem vendendo parte dos seus animais em pé e explico o motivo. Em alguns frigoríficos que não vou citar os nomes, dependendo da negociação realizada tira-se de 2 a 5% do rendimento dos animais na balança (já que na faca fica muito evidente), apenas como exemplo dias atrás, 60 novilhas Angus super padronizadas e pesadas renderam 48,8% no peso morto. Esse frigorifico nos pagou preço de boi + 8% de bonificação, mas se nos deu com uma mão tirou com a outra.

A Guapiara participa de uma cooperativa de carnes no Paraná onde o abate é arrendado, ou seja, o frigorífico ganha por animal abatido e não por peso, sendo assim é um abate bem justo e nesse frigorífico nossas novilhas nunca baixam de 53% de rendimento. Alguma coisa está errada, não é?

Acredito que temos empresas sérias, mas infelizmente os bons sempre pagam pelos maus. Quando vendemos nossos animais em pé fazemos o seguinte:

  • Machos: 55 % de rendimento
  • Novilhas: 52% de rendimento

Animais ficam por volta de 10 horas em jejum, apenas com água. Ai vocês podem se perguntar, mas você não acabou de dizer que as novilhas nunca baixam de 53% e mesmo assim você vende com 52%? É isso mesmo, preferimos não ter o stress de acompanhar os abates em empresas “não muito sérias” e vender mesmo com alguma perda para quem nos compra em pé, já que ainda temos uma margem de segurança para não termos comentários de falta de peso, etc.

Confira os artigos da série, já publicados:

Adoção do critério de peso vivo para comercialização dos animais – Veja a opinião de Renato Galindo, do Marfrig

Retrocessos na forma de comercialização, como a negociação no peso vivo, não são bem-vindos – Fabiano Tito, Minerva Foods

Para a conta fechar, o frigorífico teria que nivelar por baixo, e pagar um rendimento abaixo da média para não correr riscos – Marcelo Pimenta, Exagro

O manejo pré-abate é de responsabilidade de ambos, do produtor e do frigorífico – Mateus Paranhos e Fernanda Macitelli, Grupo ETCO

Vender o boi gordo na fazenda por peso e não por carcaça no frigorífico é abrir mão dos benefícios de um trabalho de longa data – Flávio Portela, ESALQ/USP

Um boi e duas medidas: 51%, isto é um roubo… Este produtor é um +#*-&*+*! – André Bartocci, Fazenda Nossa Senhora das Graças

Com a comercialização pelo peso vivo, o preço da arroba cairia o suficiente para o frigorífico conseguir lidar com a ineficiência que isso traria ao sistema – Sérgio Raposo, Embrapa

Essa é uma série de artigos idealizada pela Equipe de Conteúdo do BeefPoint, Flaviane Afonso e Gustavo Freitas.

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