A introdução do pastejo rotacionado em fazendas onde era realizado somente o pastejo contínuo tem trazido bons resultados.
Em fazendas do noroeste do estado de São Paulo, onde essa técnica foi introduzida a cinco anos, foi realizado um comparativo do pastejo rotacionado e o pastejo contínuo. Os ganhos de peso ao longo da estação de verão foram semelhantes, enquanto que a lotação animal em média foi 30% superior para o pastejo rotacionado. Desse modo, o ganho de peso por área foi também 30% superior. Nessas áreas, com a introdução do pastejo rotacionado, a lotação aumentou de 0,90 para 1,20 UA/ha e os ganhos de peso foram da ordem de 550 g/cabeça.dia, proporcionaram ganhos de 1,60 @/ha a mais para o pastejo rotacionado. Nessas áreas de pastejo rotacionado, as lotações de inverno também foram superiores, porém com ganhos de peso mais elevados.
A pergunta que se faz freqüentemente é se deve se fazer pastejo rotacionado somente em áreas adubadas com nitrogênio. A resposta seria “não”, pois fica evidente que em pastagem tropicais, mesmo em áreas não adubadas, se tem respostas positivas com a introdução do pastejo rotacionado.
O motivo pelo qual se tem aumento de lotação com o pastejo rotacionado é devido ao melhor aproveitamento da forragem produzida, significando que haverá menor quantidade de forragem morta (perdas) e, portanto, menor turnover (gasto e reposição) de matéria orgânica. Portanto, deve-se ter atenção aos índices de fertilidade de solo.
Na introdução do pastejo rotacionado, a dúvida é sempre em relação ao desempenho animal, pois acredita-se que no pastejo contínuo o ganho de peso é maior. Isso não é verdade, pois o que determina o ganho de peso é a oferta de forragem disponível para o animal e, indiretamente, poderia se dizer que um simples controle no resíduo pós-pastejo seria suficiente para se definir o período de ocupação. O resíduo pós-pastejo na ordem de 2000 a 2500 kg de MS/ha seria a faixa ideal para se conciliar bom ganho por animal com bom ganho por área (figura 1).
O controle de resíduo é simples de ser realizado:
– No momento da saída dos animais de um piquete.
– Com um quadrado de 1 metro de lado, deve se coletar algumas amostras de forragem, que devem ser cortadas rente ao solo, não devendo ser coletado o material morto.
– Faz se a determinação da matéria seca; com isso, tem-se a quantidade de resíduo pós-pastejo.
– Caso o resíduo seja superior ao programado (2500 kg MS/ha), os animais devem permanecer por mais algum tempo naquele piquete; se esse for menor significa que passou do momento de retirada dos animais daquele piquete e que, portanto, o ganho de peso será reduzido.
Figura 1- Relação entre resíduo pós-pastejo e ganho de peso por animal e por áreas. GDM – ganho médio diário por cabeça