Produção e consumo de carne devem subir no Brasil em 2023

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta um aumento no consumo de carne bovina em 2023. A estimativa é que 30,1 milhões de cabeças sejam abatidas, 2,7% a mais que neste ano. Com isso, a oferta de carne deverá subir 2,9%. Caso isso se confirme, será o primeiro aumento na produção de carne no Brasil desde 2018.

O avanço na produção da carne também deve possibilitar um aumento de 5% nas exportações, mesmo com a redução das exportações para a China, devido à recuperação dos rebanhos chineses, que foram atingidos fortemente pela peste suína africana (PSA) nos últimos anos. Essa redução deve ser amenizada pela abertua de novos mercados, como o Canadá e sudeste asiático.

Apesar disso, deverá haver uma ligeira elevação na disponibilidade para o mercado interno, com consumo médio per capta de 26 quilos no ano.

E após sucessivas altas, nas últimas semanas houve redução no preço da carne bovina. Maurício Mancini, proprietário de um açougue no Mercadão de Campinas, confirma a lógica: com o aumento do preço, caem as vendas, e com a redução no preço, há aumento nas vendas. “Se tiver uma baixa significativa no preço da carne de boi, automaticamente você abaixa o preço para o consumidor, e a venda aumenta”.

O vendedor Edmar Lopes diz que reduziu o consumo de carne vermelha nos últimos meses e tem optado por outras carnes. Ele espera uma queda mais significativa nos preços. “Eu acho que tem que cair um pouco mais, tem que melhorar bastante, hoje dei uma maneirada por causa do preço né, tem outras opções que a gente acaba comprando pelo preço da carne estar alterado”.

Entre março de 2020 e outubro de 2021 o consumo deste tipo de carne no país foi o menor em 25 anos, segundo o Centro de Inteligência da Carne Bovina da Embrapa, e um dos principais fatores para isso foi o preço.

A Conab prevê ainda para 2023 um aumento de 3,2% nos abates de frangos, mas uma queda de 1,7% nas exportações, o que elevará em 4,2% a disponibilidade interna, com estimativa de 51 kg por habitante no ano. Já a carne suína deve ter aumento de 6,7% nos abates, mas isso não deve aumentar a disponibilidade, devido ao menor peso médio dos animais ocasionado pelos elevados custos na alimentação dos suínos.

Fonte: CBN.