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Quatro países vetam carne bovina do Brasil

O Ministério da Agricultura informou, em resposta ao Valor, que as exportações de carne bovina brasileira estão suspensas temporariamente para quatro países em virtude da confirmação de um caso isolado do mal da “vaca louca” no Pará. Além da China, parceiro com o qual o Brasil mantém protocolo sanitário que exige a suspensão voluntária das vendas a partir da notificação da doença (medida adotada há uma semana), Tailândia, Irã e Jordânia também deixaram de importar a proteína nacional.

De acordo com informações do Agrostat do Ministério da Agricultura consultadas pelo Valor, a Jordânia importou 11,5 mil toneladas de carne bovina do Brasil no ano passado, em negócios que renderam US$ 55,3 milhões para os exportadores brasileiros. Para a Tailândia, os frigoríficos nacionais venderam 6,1 mil toneladas da proteína, com receita de US$ 17,1 milhões. No caso do Irã, as vendas brasileiras foram de 1,3 mil toneladas, que geraram US$ 5,4 milhões.

Nesta quinta-feira, a Rússia impôs restrições às compras de carne bovina produzida no Pará. Segundo o Ministério da Agricultura, apenas uma planta frigorífica do Estado está habilitada no Serviço de Inspeção Federal (SIF) para exportar aos russos e que pode ser afetada pela decisão.

A Rússia suspendeu as compras de produtos bovinos do Pará, como carne com osso, sangue, miudezas e gado vivo. No caso da carne desossada, ainda será permitida a importação, mas com restrições. As exigências dos russos são de que os animais tenham menos de 30 meses de idade no momento do abate. Além disso, os produtos exportados também deverão ser acompanhados de atestado veterinário e anexo com a garantia de que cumprem os requisitos estabelecidos pelas autoridades russas.

Até o momento, ainda não foi confirmado se é um caso atípico da doença, como suspeita o governo brasileiro, ou clássico, que nunca foi registrado no país. Casos atípicos não representam risco para o rebanho brasileiro nem para consumidores da proteína. O ministério aguarda o resultado da tipificação para adotar medidas cabíveis em relação aos mercados fechados. A Pasta informou que “adotou transparência nas ações e tem adotado todas as medidas exigidas pelos acordos internacionais para a exportação da carne bovina brasileira”.

João Otávio Figueiredo, líder de pesquisa da Datagro Pecuária, afirma que a Rússia já foi um comprador importante da carne brasileira – o país respondeu por mais de 30% das vendas do Brasil ao exterior em 2017 -, mas é mais. “O consumo interno caiu nos últimos anos”, diz.

Hyberville Neto, da HN Agro, vê a decisão russa de restringir as compras de carne bovina do Estado como o “mal menor”, mas diz que é preciso reforçar aos consumidores que casos atípicos não significam um problema no Estado. “Senão parece que tem um problema ali”.

A decisão russa foi tomada uma semana após a China embargar as exportações brasileiras como um todo devido à EEB. Nesse intervalo, o preço da arroba do boi gordo recuou 3,4% em São Paulo, para R$ 277, de acordo com a Scot Consultoria.

Fonte: Valor Econômico.

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