Balizador de preços do boi gordo GPB/DATAGRO – Boletim de 21-agosto-2023
22 de agosto de 2023
Tecnologia calcula produtividade do rebanho e favorece qualidade da carne
22 de agosto de 2023

Queda no preço da carne bovina não afeta a venda de reprodutores

As vendas de bovinos reprodutores devem se manter aquecidas durante o segundo semestre no Rio Grande do Sul, mesmo com os preços menores da carne neste ano. A comercialização de touros e matrizes em leilões segue forte, de acordo com entidades gaúchas ligadas ao setor, com os valores obtidos pelos animais não muito diferentes dos registrados em 2022.

Segundo o presidente do Sindicato dos Leiloeiros Rurais e Empresas de Leilão Rural do RS (Sindiler/RS), Fábio Crespo, apesar do preço da carne no RS estar cerca de 20% menor do que no mesmo período de 2022, essa diferença não está afetando os remates realizados desde julho.

“Até agora, tivemos liquidez em touros e fêmeas, e essa diferença no valor da carne no mercado não tem se refletido muito nos negócios”, afirmou, durante entrevista coletiva realizada nesta segunda-feira (21/08), na sede da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul).

Nos touros, por exemplo, os valores obtidos pelos animais leiloados no RS em julho e agosto estão oscilando entre R$ 12 mil e R$ 19 mil por cabeça, de acordo com Crespo. Em 2022, os preços ficaram, em média, entre R$ 14 mil e R$ 20 mil.

Para Crespo, existem duas razões principais para a forte demanda de reprodutores. A primeira é a necessidade de reposição de touros e matrizes, uma vez que vários criadores não fizeram aquisições em 2022 e no início deste ano.

De acordo com o presidente do Sindiler/RS, muitos pecuaristas ficaram receosos com os efeitos da instabilidade política, e adiaram investimentos nos rebanhos. “Mas o fato é que os animais envelhecem, gerando uma necessidade de reposição”, destaca.

Outra razão apontada por Crespo é a forte entrada de compradores de Santa Catarina e do Paraná nos leilões de genética gaúcha. Esse movimento ocorre, principalmente, devido à conquista, em 2021, do status de zona livre de aftosa sem vacinação pelo Rio Grande do Sul. Os dois Estados também mantêm o mesmo status sanitário.

“O rebanho gaúcho deixou de ser vacinado em 2020. Portanto, agora já podem ser vendidos para esses locais os reprodutores que nasceram após o fim da vacinação”, explica Fábio Crespo.
No entanto, os bons resultados obtidos nas vendas de reprodutores não refletem os negócios no gado geral de corte no RS.

Segundo levantamento divulgado pelo Núcleo de Estudos em Sistemas de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia Produtiva (NESPro), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), no dia 16 de agosto, o valor do quilo vivo do boi gordo no Estado registrava queda de 28% em comparação com a mesma data de 2022.

Expointer

O presidente do Sindiler/RS também está otimista em relação aos negócios que devem ser fechados durante a Expointer, maior feira agropecuária do Rio Grande do Sul, que acontece entre 26 de agosto e 3 de setembro, em Esteio (RS). Crespo espera que as vendas de animais no evento devem igualar os R$ 12,5 milhões alcançados em 2022.

Na Expointer, serão realizados três leilões de bovinos (com 60 cabeças), sete de equinos (com 230 a 240 animais) e seis de ovinos (com 200 exemplares). “Os cavalos, especialmente, vivem um momento excelente, ajudando a trabalhar as projeções”, afirmou.

Fonte: Globo Rural.

Os comentários estão encerrados.

plugins premium WordPress