BeefPoint
O Espaço Aberto desta semana traz uma entrevista exclusiva com Antonio Carlos Lirani, diretor da INTERall, responsável pelo desenvolvimento do Projeto BrastrO – Brasil Tecnologia em Rastreabilidade. Lirani afirma que, dentro de pouco tempo, o mercado importador de carne se fechará aos países exportadores que não implantarem a rastreabilidade de seu rebanho, e inclusive o consumidor brasileiro, a curto prazo, passará a exigi-la nos produtos que consome.
BeefPoint: O que é rastreabilidade e para que é usada?
Antonio Carlos Lirani: É muito oportuna esta pergunta, pois há consenso entre as definições de rastreabilidade, embora exista uma confusão generalizada quanto à interpretação destas definições, que levam ao uso indistinto de, pelo menos, dois paradigmas (modelos), que na verdade são muito diferentes e até antagônicos, gerando discussões e idéias que só retardam a implantação de programas de rastreabilidade no Brasil e no exterior. Uma definição simples e precisa de rastreabilidade, foi dada por Sans & Fontguyon: “é a capacidade de encontrar o histórico da utilização e localização de um produto, por meio de identificação registrada”. O principal emprego da rastreabilidade é na identificação de problemas ocorridos na cadeia produtiva de um produto que, por isto, veio a apresentar “defeito” posteriormente. Embora aplicável a qualquer produto, falaremos especificamente da rastreabilidade da carne bovina. Assim, no momento, quando a “segurança alimentar” vem sendo fortemente enfatizada e controlada devido à ocorrência de contaminações do tipo BSE (“vaca louca”), febre aftosa etc., a rastreabilidade passa a ser a palavra de ordem e sua implementação, nos rebanhos do países exportadores de carne, uma necessidade urgente e incontestável. Espera-se para breve, principalmente na Europa, o fechamento do mercado para os países exportadores de carne que não tenham implementada a rastreabilidade de seus rebanhos. A data é 2002, mas já foi 01/01/2001 e prorrogada. Não suficiente, a curto e médio prazos, é esperada também a mesma exigência do consumidor interno.
BP:Quais são estes paradigmas?
ACL: Vamos imaginar as seguintes situações (paradigmas): a) o “acompanhamento” de um animal em extinção ou de um caminhão de transporte, ambos com dispositivos instalados e seguidos via antenas especiais ou satélite; b) a busca no histórico passado de um produto, para identificar problemas ocorridos que tenham causado defeitos no produto, hoje em uso. O primeiro caso mostra a exigência da instalação de dispositivos no produto, da existência de equipamentos especiais para monitorar o produto e de um sistema para processar estas informações. Este sistema é o centro do processo. Neste caso segue-se a “trilha” do produto (na verdade, segue-se o sinal do dispositivo instalado no produto). Notar que é um processo de seguir “para frente”, em direção ao futuro. O segundo caso, não exige dispositivos instalados no produto e nem equipamentos de monitoração. Neste caso, a busca é “para trás”, sobre os rastros deixados, em direção ao passado. É preciso um sistema para armazenar e recuperar as informações (rastros) registradas. Este sistema é marginal e somente é usado quando ocorrer algum problema. Por esta marginalidade, estes sistemas não recebem a atenção devida, chegando mesmo a serem considerados desnecessários por alguns empresários menos avisados. Como podemos notar, o segundo paradigma é o mais recomendado para a rastreabilidade. Se usarmos o primeiro, seremos levados a crer que precisamos “chipar” (instalar chips) os animais, usar antenas, balanças eletrônicas etc., sinônimos de alto investimento, para implementar a rastreabilidade. Estas são ferramentas de manejo e não de rastreabilidade. A maioria dos projetos de rastreabilidade está usando o primeiro paradigma. Nós os chamaríamos de Projetos de “Trilhagem” ou de “Trilhabilidade”. O mérito destes projetos não está sendo questionado, pois estas implantações facilitam o manejo dos animais e, por outro lado, quem “trilha”, gera rastros para futuros “rastreamentos”. Os empresários que têm condições de “bancar” tiram grandes proveitos deste investimento.
BP:Como estes paradigmas impactam a implantação da rastreabilidade?
ACL:Não são os paradigmas que impactam. Na verdade, são declarações, perguntas e conclusões que são geradas pelo seu uso, as quais chamamos de “vilões da rastreabilidade”, pois provocam discussões estéreis ao invés de ações concretas para a implementação. Vamos listar alguns: a) “um projeto de rastreabilidade exige a instalação de chips, antenas, balanças eletrônicas etc.”; b) “quem vai pagar a implementação?”; c) “qual o diferencial de preço que terei para implantar?”; d) “vamos identificar desde o bezerro recém nascido ou a partir do boi magro?”; e) “vamos identificar cada indivíduo ou lotes?”; f) “a rastreabilidade não é necessária, pois apenas 6% do nosso rebanho é voltado para a exportação”; g) “rastreabilidade é um assunto complexo que requer amplo debate”. São todas frases válidas, porém o mais importante não está sendo questionado, respondido e resolvido. Daqui a vinte anos ainda estaremos em amplo debate. A pergunta que deve ser respondida é: “teremos como sobreviver e nos manter no mercado se não implantarmos a rastreabilidade de nossos rebanhos”? A resposta, hoje, é única: NÃO! Então, no que tange à rastreabilidade, restam-nos apenas duas alternativas: implantar ou… implantar! Esta necessidade não é luxo ou modismo para agradar o mercado de exportação. Ela é real e estará sendo exigida, também, pelo consumidor interno.
BP:O que é o Projeto BrastrO?
ACL: O BrastrO – Brasil Tecnologia de Rastreabilidade, é um projeto para divulgação e implantação da rastreabilidade em rebanhos de programas pecuários já existentes ou em programas especialmente criados para este fim. Possui metodologia e recursos de Tecnologia de Informação (TI) próprios. Trabalha de forma multidisciplinar, via parcerias especializadas com a Iniciativa Privada, Instituições de Pesquisa e Associações do ramo pecuário. A implantação é feita com um Projeto Piloto, onde são experimentados procedimentos aprovados por todos os elementos da cadeia produtiva, participantes do grupo. Não existe uma metodologia rígida. As individualidades de cada grupo são respeitadas. As codificações e registros são padrões, respeitando regulamentações internacionais. Isto permite que os vários Pilotos sejam integrados e até grupados, quando houver interesse.
BP:Como surgiu o Projeto BastrO? De quem foi a iniciativa?
ACL: O Projeto BrastrO, nasceu dentro do PMGRN – Programa de Melhoramento Genético da Raça Nelore – USP (Departamento de Genética da FMRP – USP – Ribeirão Preto), o qual tem mais de 30 anos de tradição e excelência. O PMGRN-USP, possui como missão, entre outros, a pesquisa, implantação e oferta de tecnologia de ponta para os seus participantes, nas mais variadas áreas relativas à pecuária bovina. A iniciativa de implementar a rastreabilidade no programa, foi do Dr. Raysildo Barbosa Lobo (USP e ANCP) que convidou o Dr. Antonio Carlos Lirani (INTERall Informática) para juntos criarem o Projeto que, mais tarde, foi denominado BrastrO, pela INTERall Informática. Posteriormente, identificada a necessidade da introdução de disciplinas como a Gestão Ambiental e Bem Estar Animal, a Ecolog Consultoria Integrada (Drs. Daniel Pereira Lobo e Daniela Martins Mariuzzo), passou a fazer parte do Programa. A gestão administrativa do projeto, está à cargo da ANCP – Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores. Foi desenvolvido um protótipo e apresentado para empresários, pesquisadores e também para o comitê da ONU, o United Nations Economic Commission for Europe – UN/ECE. Este comitê, está encarregado da definição dos padrões de rastreabilidade que serão exigidos dos países exportadores de carne, o Regulation (EC) 1760/2000 – versão Out/2000, que substituiu o Regulation (EC) 820/97. Este protótipo será a base para a implantação dos nossos Projetos Piloto. Em dois anos de pesquisas, ocorreram evoluções e a oferta destes programas tecnológicos aos participantes do PMGRN-USP, passou a ser de forma modular. Hoje, O BrastrO, oferece o módulo de rastreabilidade e a Ecolog, oferece o módulo GAP – Gestão Ambiental na Pecuária. O BrastrO passou a extrapolar os limites do PMGRN-USP, estabelecendo também, parcerias com outros Programas, como o Qualitas e com Instituições, como a Embrapa, onde estudam um projeto conjunto de rastreabilidade de frutas do Vale do São Francisco, para exportação.
BP:Quais são as metas do projeto Brastro?
ACL:O BrastrO, é um projeto da iniciativa privada e, como tal, tem como suas principais metas o crescimento, reconhecimento e credibilidade do mercado e os resultados financeiros. Buscamos a adesão de novos parceiros, nos programas existentes (PMGRN-USP, Qualitas e outros) ou em novos programas a serem criados. Acreditamos que o Brasil precisa de várias iniciativas nesta área, as quais devem ser incentivadas a se interligarem, através de interfaces padronizadas. É quase utópico, falar em rastreabilidade feita por uma única iniciativa, num país com as características do Brasil. Numa óptica mais abrangente, são metas do BrastrO: a) a divulgação da rastreabilidade, da sua importância e conscientização dos empresários do setor pecuário, governos e sociedade, da sua importância e da necessidade de implementação imediata; b) combater as idéias equivocadas sobre a rastreabilidade, como necessidade de altos investimentos nas fazendas e nos frigoríficos e a idéia que o programa terá custos exagerados; c) as negociações necessárias para definição e fixação de normas e padrões para que as várias iniciativas tenham uma interface comum de comunicação, para que não ocorram, por exemplo, perdas de informação quando do rastreamento de animais que passaram por mais de um programa; d) sensibilizar os governos da necessidade de apoiarem as iniciativas de implementação de programas de rastreabilidade, no estabelecimento de normas e padrões e na alocação de recursos financeiros, de preferência a fundo perdido, como é feito na maioria dos países, onde milhões de dólares são investidos para a implantação destes projetos, os quais posteriormente, já viabilizados, são operados e mantidos, pela iniciativa privada; e) manter viva a advertência de que nossas exportações serão bloqueadas em futuro próximo se não implantarmos a rastreabilidade de nosso rebanho. Não vamos poder dizer, então, que fomos “pegos de surpresa” e que não sabíamos. O “affair” Canadá já nos deu este aviso! Temos que nos precaver contra o “apagão pecuário”.
BP: Quais são as empresas envolvidas e qual é o papel de cada uma delas no desenvolvimento do projeto?
ACL: O Projeto está assentado sobre a base do PMGRN-USP, que conta com 140 dos mais destacados criadores do país, cobrindo cerca de 10 estados e com mais de 300 mil cabeças. Com a inclusão do Programa Qualitas, em parceria com o Núcleo de Zootecnia (Drs. Alessandro de Caprio e Leonardo Souza), estaremos anexando mais 15 criadores, com 25 mil matrizes, e que poderá levar o Projeto para mais de meio milhão de cabeças. As seguintes instituições e empresas que participam ou incentivam o Projeto BrastrO, formal ou informalmente: USP (Dr. Raysildo Barbosa Lobo, Prof. Luiz Antonio Flamartino Bezerra e equipe – Genética-FMRP), Unicamp (Dr. Pedro Eduardo de Felício – FEA), UNESP, UFMG (Dr. José Aurélio Bergman – Escola de Veterinária), Embrapa (Dr. Aderaldo de Souza Silva), Instituto de Zootecnia de Ribeirão Preto, FUNDEPEC (Drs. Ovídio Carlos Brito, João Gilberto e Carlos Eduardo Rocha), ACNB (Dr. Carlos Viacava), ANCP, Ecolog, Núcleo de Zootecnia, Carrefour-Brasil (Dr. Arnaldo J. J. Eijsink), Frigorífico Marfrig, o GT e todos os criadores e Pesquisadores do PMGRN-USP.
BP: Qual é a expectativa com relação ao mercado?
ACL: O mercado (local e de exportação) será cada vez mais exigente na segurança alimentar, bem estar animal e desenvolvimento sustentado da pecuária. Os mercados se fecharão aos que não atentarem para esta nova regra. Nossa expectativa é que os pecuaristas se conscientizem que a rastreabilidade é uma realidade incontestável e que a implantação de programas de rastreabilidade é uma necessidade imediata e inadiável. Com isto, esperamos adesões, dos empresários de toda a cadeia produtiva da carne bovina, aos nossos programas (PMGRN-USP e Qualitas) e para criação de novos programas, dentro do BrastrO ou em outras iniciativas, com as quais trabalharemos de forma padronizada, respeitando as individualidades e critérios. Temos ainda expectativa que os governos apoiem a implantação destes programas e depois dêem, à iniciativa privada, a liberdade de operá-los e mantê-los.
BP: Como está o andamento do projeto? Há algum problema que prejudica o andamento do projeto?
ACL: Estamos prontos para iniciar dois Projetos Piloto: um no PMGRN-USP e outro no programa Qualitas. Ambos estão planejados para início no segundo semestre de 2001. No momento estamos formalizando a participação de Frigoríficos e Supermercados, para que tenhamos toda a cadeia produtiva representada. Os maiores problemas que prejudicam o andamento dos projetos são: a) a falta de conscientização dos empresários do setor para a necessidade de implementação da rastreabilidade, principalmente pelo aspecto econômico, pois o uso de alguns paradigmas sugerem a necessidade de altos investimentos em equipamentos e dispositivos, os quais na verdade não são necessários. Um Programa de Rastreabilidade exige alto investimento e despesas igualmente altas, na sua retaguarda, mas são custos, praticamente fixos, que ao serem rateados pelos rebanhos, podem levar a custos unitários, por cabeça, surpreendentemente baixos. Quanto maior a adesão a estes programas, menor será o custo por cabeça; b) a falta de recursos para os investimentos e despesas de implantação. Estes problemas limitam, em muito, as implantações e fazem com que os projetos caminhem com velocidades muito aquém da desejada. Já temos em operação, o Projeto ANCPweb, que poderia ser chamado de pré-Piloto do BrastrO, pois exercita o acesso, via Internet, a dados de avaliação genética, armazenados em grandes bancos de dados. Os Criadores do PMGRN-USP podem acessar, a partir de seus micros, instalados nas fazendas, escritórios ou residências, os dados de seus animais, num banco de dados com uma seleção de 197 mil cabeças. Este acesso é limitado aos Criadores do PMGRN-USP, que por sua vez, conseguem acessar apenas os animais de sua propriedade. O ANCPweb permite, a qualquer usuário da Internet, o acesso ao banco de dados de touros da sua última avaliação genética (hoje cerca de 450 animais). O endereço do Projeto ANCPweb é: http://www.ancp.org.br.
BP: De que forma é feito o rastreamento?
ACL: Na teoria, a implantação de um programa de rastreabilidade é simples. Tudo é baseado na atribuição de um código de identificação único, de padrão internacional (uma espécie de CPF internacional), para cada animal. O animal é registrado em um banco de dados, onde deverão ser armazenadas todas as informações, relevantes à segurança alimentar, que ocorrerem durante sua vida, dentro do frigorífico até o abate e daí até sua entrega ao consumidor. Os franceses chamam este controle, “do pasto ao prato”. Durante todo o ciclo da cadeia produtiva os dados são coletados e registrados no banco de dados. A qualquer momento, se ocorrer uma anormalidade com este animal ou com um corte de sua carne, através da identificação padronizada, é possível rápida e eficazmente, consultar o seu histórico (rastros) e obter informações que permitirão a identificação da causa da anormalidade e a tomada de ações para a solução do problema. À este processo damos o nome de rastreamento e à sua capacidade de aplicação, de rastreabilidade. Os franceses usam um sistema de cadernetas individuais (passaportes), uma por animal, para registrar estes dados. Nós acreditamos mais no uso intensivo da Tecnologia da Informação (TI): bancos de dados de alto desempenho, técnicas e-business com programação baseada em navegadores ( “browsers”) e Internet . A implementação real, é um pouco mais complicada e num país como o nosso, mais ainda, pela sua dimensão territorial e tamanho do rebanho. Um Programa de rastreabilidade, opera sobre 3 regras básicas: a) a participação ativa e efetiva de cada elo da cadeia; b) a responsabilidade de cada elo, no desempenho das funções estabelecidas pelo programa e c) a disciplina na gerência do programa, para manter a sua credibilidade. A credibilidade do consumidor é a palavra chave para o sucesso de um programa de rastreabilidade.
BP: Qual é o valor investido no projeto? Quais são os gastos com o rastreamento, e como isso deve ser distribuído nas etapas da cadeia produtiva – produtor, frigorífico e consumidor?
ACL: A determinação destes custos e o exercício de práticas que os minimizem, está entre os principais objetivos dos Projetos Piloto. Vários cenários e procedimentos serão então exercitados, para estabelecermos o menor custo. Para desenvolver os Pilotos, estaremos usando a infra-estrutura de TI da INTERall. Como já dito, os projetos de rastreabilidade requerem, na retaguarda, significativos investimentos e despesas em equipamentos, redes, produtos e serviços de Tecnologia de Informação (TI). Na linha de frente, requerem investimentos e despesas para a Assistência Técnica, no campo, a todos os elos da cadeia produtiva. Não é esperado grande investimento dos Criadores. Os frigoríficos terão que adequar seus procedimentos operacionais, para atenderem à identificação proposta pela Regulation (EC) 1760/2000. A melhor forma de viabilizar um programa de rastreabilidade é conseguir suficientes adesões para atingir um rebanho de tamanho considerável, e assim, o custo por cabeça no rateio do total, vir a ser razoável e absorvido, sem impactos, na cadeia produtiva. Hoje trabalhamos com a idéia de cobrar por cabeça de gado, sendo que o primeiro pagamento aconteceria no registro do animal no programa (no banco de dados) e seria pago pelo criador. O segundo pagamento aconteceria no abate, quando o registro do animal seria “congelado” (no banco de dados) e seria pago pelo Frigorífico. Os valores destes pagamentos, seriam fixados em função do número de adesões, ou melhor, de cabeças de gado registradas. Esquemas de prêmios e diferenciais de preços, poderão ser usados e até incentivados, mas não deverão fazer parte dos procedimentos e projeções dos Projetos Pilotos, pois a validação final dos Projetos, não poderá ser dependente destes pagamentos ou de qualquer outros parâmetros que dependam apenas de alguns elementos da cadeia produtiva.
BP: Que informações estarão disponíveis ao consumidor?
ACL: O consumidor é o elo principal da cadeia. Dele devem partir as exigências a serem implementadas nos Projetos. Os Projeto prevêem pesquisas juntos aos consumidores para identificação destas exigências. Um mercado importador, como a União Européia, é um importante consumidor e suas exigências devem ser atendidas. Igualmente, o consumidor interno deve ser atendido. Engana-se quem pensa que a rastreabilidade é somente para a exportação. Uma vez definidas estas exigências, como por exemplo, segurança alimentar, respeito à ecologia e ao desenvolvimento sustentado e bem estar animal, os Projetos darão aos consumidores finais a possibilidade de acesso a estes dados, em terminais nos supermercados ou então, em casa, via Internet. Este consumidor, então, poderá receber no seu micro uma página com uma foto das pastagens da fazenda de criação do animal em referência, dados sobre manejo, alimentação, uso de medicamentos, programas de respeito à natureza praticados na propriedade, etc. Esta possibilidade, na verdade, não será apenas uma ferramenta para garantir a segurança alimentar, mas será uma importante ferramenta de marketing, que permitirá a oferta de um diferencial para supermercados, restaurantes e lanchonetes, que participarem destes programas.