O Ministério da Agricultura instalará uma barreira sanitária na fronteira em São Borja (RS). O município fica no oeste do estado e faz fronteira com a Argentina. O substituto do ministério, Carlos Foscheira, afirma que pretende proteger o rebanho gaúcho contra a febre aftosa. Foscheira disse que 14 técnicos deverão trabalhar em São Borja. O município possuía uma barreira instalada pela Secretaria da Agricultura do Estado, uma ação judicial desfez esta barreira e para substituí-la será realizado a operação sanitária do ministério. O substituto informou que o coordenador de vigilância agropecuária do ministério, Júlio de Castilhos Machado, irá ao Estado amanhã com três técnicos para uma reunião que vai orientar a ação dos fiscais.
Na inspeção os automóveis serão desinfetados e os produtos de origem animal serão apreendidos. Atualmente a fiscalização de toda fronteira Argentina com o estado já conta, desde o início de janeiro, com cerca de 50 técnicos da Secretaria da Agricultura divididos em sete barreiras sanitárias (Uruguaiana, Itaqui, Porto Xavier, Porto Vera Cruz, Porto Mauá, Maurício Cardoso e Tiradentes do Sul). De acordo com a Farsul, Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul, computou que, entre os dias 7 e 18 de fevereiro, os pontos de fronteira fiscalizaram 36.085 veículos e fizeram 470 ações de apreensão de produtos.
O presidente da Farsul, Carlos Sperotto, enviou uma correspondência ao ministro Pratini de Moraes solicitando a proteção da fronteira com a Argentina devido à preocupação dos produtores com a possível exposição do rebanho gaúcho, que irá perder em breve a cobertura das vacinas aplicadas no ano passado. “Se a Argentina não quer reconhecer, nem por isso precisamos ficar vulneráveis”, diz Sperotto. A Farsul pediu ao ministro a adoção dos mesmos procedimentos de vigilância executados pelo Uruguai na fronteira com a Argentina, o que evitaria uma possível crise diplomática com o parceiro.
(Por Sandra Hahn, para O Estado de São Paulo, 20/02/01)