Os integrantes da missão técnica do Nafta deixaram ontem o Brasil. Os oito técnicos do Canadá, EUA e México fizeram ontem inspeção em sete fazendas, fábrica de ração, frigoríficos e laboratórios. Agora fica a expectativa sobre o resultado das análises feitas no Brasil que será emitido em um relatório ao governo canadense.
O grupo visitou o frigorífico Bertin em Lins (SP), o maior exportador brasileiro de carne bovina, onde são abatidos cerca de 800 bois por dia. A empresa, com exportação anual de US$ 190 milhões e responsável por 80% das compras canadenses de carne bovina brasileira, informou que seus registros mostram que, em 1997 e 1998, cerca de 15 animais da França e da Alemanha foram abatidos em seu frigorífico. Eram animais que ultrapassaram a fase reprodutiva e se destinaram ao mercado interno.
De lá, os técnicos foram para a Fazenda Bela Vista, situada no município de Tapiratiba(SP), que é a maior fazenda de gado leiteiro do Brasil, com um plantel de 5.000 cabeças de gado Holandes, sendo 2.000 em lactação com produção diária de 40.000 litros de leite tipo A. Logo após, o grupo foi visitar a Guabi, uma das maiores fábricas de rações do Brasil, onde foi mostrado à missão a utilização de proteína vegetal como matéria-prima.
Outra parte da missão havia viajado a Campo Grande (MS) para visitar o laboratório de anatomia patológica da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). O laboratório é um dos três credenciados pelo Ministério da Agricultura para a detecção da vaca louca. O técnico Allen Jenny estranhou a ausência do sistema imuno-histoquímico para a detecção da doença. O professor Ricardo Amaral de Lemos, chefe do laboratório, disse pelo fato de o Brasil não ter EEB, o método patológico é eficiente para atender a demanda.
(Ayr Aliski, Daniel Basso e José Alberto Gonçalves, para Gazeta Mercantil, 19/02/01)