Redes argentinas fazem “feirão” com excedente de carne

Duas importantes cadeias de supermercados da Argentina – Carrefour e Coto – anunciaram que fariam uma espécie de “feirão” de carnes a partir da proibição dos cortes que não podem ser exportados e, por isso, se voltam ao mercado interno, informou o presidente da Associação de Supermercados Unidos (ASU), Juan Carlos Vasco Mastínez.

Ele disse que as duas empresas venderão esse excedente e que “não se trata de uma ação simbólica, e terá um alto impacto”. A venda seria de um volume bem grande, a preços muito baixos.

As restrições às exportações de carne na Argentina realmente estão bem longes de serem “simbólicas”: em maio passado, as exportações argentinas de carne bovina caíram para 13.563 toneladas, 62,1% a menos que no mesmo mês de 2007, segundo os últimos dados oficiais do Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa).

Muitos argentinos pensam que os cortes de exportação são melhores do que os consumidos internamente. O que ocorre, de fato, é que se tratam de produtos diferentes. O consumidor local está acostumado com cortes pequenos, provenientes de animais leves, recém abatidos, enquanto os clientes externos requerem cortes maturados de maior tamanho, provenientes de gado pesado.

“Não posso falar dos preços, porque isso tem a ver com a política de comercialização de cada cadeia”, explicou Martínez, refererindo-se ao feirão. A reportagem é do Infocampo.