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Resultado líquido consolidado da Marfrig cai 74%

A Marfrig informou que encerrou o terceiro trimestre de 2022 com lucro líquido consolidado — já incluindo os resultados da BRF, na qual a empresa é a maior acionista, com participação de 33% — de R$ 431 milhões, 74,3% menor que o resultado obtido no mesmo período de 2021.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) consolidado caiu 19,9%, para R$ 3,8 bilhões, e a margem Ebitda consolidada ficou em 10,4%. Sem a BRF, a queda do Ebitda teria sido de 48,4%, para R$ 2,47 bilhões. Já a receita líquida consolidada aumentou 54,1%, para R$ 36,4 bilhões, e sem a BRF teria ficado em R$ 22,4 bilhões.

Na quarta-feira, a dona das marcas Sadia e Perdigão reportou um prejuízo líquido de R$ 137 milhões, receita líquida de R$ 14 bilhões e Ebitda ajustado de R$ 1,4 bilhão. Apesar de ser dona de um terço das ações, a Marfrig consolida integralmente os resultados de sua controlada, conforme regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

As quedas de lucro e Ebitda da Marfrig refletem principalmente o ambiente de negócios turbulento na América do Norte, onde a oferta de gado está gradualmente diminuindo e ficando mais cara, após um período favorável à indústria entre 2020 e 2021. Assim, a receita líquida da controlada americana National Beef recuou 10,6% de julho a setembro, para R$ 14,96 bilhões, e o Ebitda encolheu 60,8%, a R$ 1,76 bilhão.

Em entrevista a jornalistas, a diretoria da Marfrig lembrou, ainda, que o resultado registrado entre julho e setembro de 2021 foi “excepcional”, e por isso um recuo já era esperado agora. “Estamos muito satisfeitos com a nossa estrutura de margens”, garantiu Tim Klein, CEO da National Beef. O executivo afirmou, também, que a demanda pela carne americana deverá continuar firme, a despeito da alta da inflação nos Estados Unidos.

“E o dólar, que está forte há algum tempo, não teve impacto nas exportações”, disse. O câmbio é um ponto de atenção porque pode diminuir o poder de compra dos importadores. De julho a setembro, a National Beef vendeu 499 mil toneladas de carne, sendo que 87,6% desse total ficou no mercado americano. O restante da produção foi negociada com mercados premium, como Japão e Coreia do Sul.

América do Sul

A operação da Marfrig na América do Sul registrou a maior receita trimestral de sua história, com R$ 7,4 bilhões, 7,8% mais que no mesmo período do ano passado. O Ebitda ajustado da operação também bateu recorde, totalizando R$ 710 milhões, um crescimento de 136,1% em bases anuais. A margem Ebitda ajustada alcançou 9,5%.

Rui Mendonça, que assumiu como CEO da Marfrig para a região, afirmou que o aumento de 17,4% no preço médio da tonelada exportada deu tração para a companhia. Considerando também o mercado doméstico, a cotação da proteína subiu aproximadamente 10%. As exportações representaram 65% da receita total da América do Sul, sendo que 81% foram para a China e Hong Kong. “Vemos uma demanda interessante e preços operacionais que garantirão boas margens nos próximos anos”, avaliou.

No mercado brasileiro, o CEO da América do Sul afirmou que a ideia é reforçar o portfólio de industrializados. Ele menciona que as carnes de marca premium já representam 30% das vendas locais. “É bastante estratégico que não fiquemos tanto na carne commodity. É um caminho sem volta”, disse Mendonça.

Fonte: Valor Econômico.

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