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Ricardo do Amaral Furtado: acredito que um dos grandes entraves do setor produtivo é a falta de infra-estrutura

No dia 5 de abril foi realizado o Beef Summit Sul, em Porto Alegre – RS. O evento foi organizado pelo BeefPoint, em parceria com a Associação Brasileira de Hereford e Braford (ABHB). O Beef Summit Sul reuniu nomes de sucesso do agronegócio para discutir e debater os rumos da pecuária de corte no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

No dia do evento, o BeefPoint homenageou as pessoas que fazem a diferença na pecuária de corte no Sul do Brasil através de um prêmio. Houve vários finalistas, em 19 categorias diferentes.

Os nomes foram indicados pelo público; em uma primeira etapa, através de um formulário divulgado pelo BeefPoint. Na segunda etapa, o público escolheu através de votação, o vencedor de cada categoria. Para conhecer melhor essas pessoas, o BeefPoint preparou uma entrevista com cada um deles.

Confira abaixo, a entrevista com Ricardo do Amaral Furtado, um dos indicados ao Prêmio BeefPoint Edição Sul, na categoria Produtor de rústicos – Hereford e Braford.

ricardo do amaral furtado

Ricardo do Amaral Furtado mora em Santana do Livramento -RS. É médico veterinário, proprietário da Reculuta Agropastoril e atual presidente do Conselho Técnico da Associaçao Brasileira de Hereford e Braford (ABHB).

BeefPoint: Qual o maior desafio da pecuária de corte do sul do Brasil hoje?

Ricardo do Amaral Furtado: O Rio Grande do Sul sempre foi reconhecido pela produção de carne de qualidade e devemos buscar nos diferenciarmos cada vez mais pela qualidade da carne e pela produção de animais a pasto com respeito ao meio ambiente.

BeefPoint: Qual o exemplo de pecuária do futuro no sul do Brasil hoje? Quem você admira por fazer um excelente trabalho?

Ricardo do Amaral Furtado: Não gostaria de citar alguém em específico, existem muitas empresas rurais com trabalhos de grande relevância para o nosso meio, mas admiro o produtor de uma forma geral, pois trabalha de forma incansável para atingir seus objetivos, mesmo com escassos recursos humanos, sem apoio político, infra-estrutura etc. E mesmo assim, se supera a cada ano na produção de alimentos.

BeefPoint: Como podemos vender a carne do sul do Brasil de forma diferente e especial, em outras regiões do Brasil e no exterior?

Ricardo do Amaral Furtado: Através do uso ainda mais intenso das raças europeias. Também há a necessidade de termos um orgão responsável em difundir a carne aqui produzida, como o IPCVA (Instituto de Promocion de la Carne Vacuna) na Argentina e o INAC (Instituto Nacional de Carnes) no Uruguai. Associado a isso, também mostrar ao consumidor, seja brasileiro ou de outro país, que aqui se produz carne com respeito ao meio ambiente, isso faz parte do DNA do gaúcho.

BeefPoint: Qual inovação / novidade na pecuária de corte você mais gostou dos últimos anos? O que estamos precisando em inovação?

Ricardo do Amaral Furtado: Algumas inovações foram criadas nos últimos anos em áreas como agricultura de precisão e avaliação genética pela genômica e essas inovações estão sendo aperfeiçoadas. Acredito que inovar sempre é preciso, mas vejo que estamos precisando em muitos casos adequar a tecnologia disponível às reais necessidades do produtor. Caso contrário, estas podem não produzir o resultado esperado. Em muitas propriedades consegue-se ainda melhorar resultados com uso de tecnologias de muito baixo custo, como simplesmente melhorar a utilização dos recursos naturais.

BeefPoint: O que o setor poderia / deveria fazer para aumentar sua competitividade no sul do Brasil?

Ricardo do Amaral Furtado: Acredito que um dos grandes entraves do nosso setor produtivo é a falta de infra-estrutura. Nossas estradas são muito precárias, faltam escolas no meio rural e muitas propriedades não possuem nem serviço telefônico. Muita coisa precisa ser mudada, temos de buscar soluções.

BeefPoint: O que você implementou de diferente na sua atividade em 2012?

Ricardo do Amaral Furtado: Busquei fortalecer um aspecto que sentia necessidade na Reculuta, ter uma melhor comunicação com nossos clientes. Para isso, fui atrás de informações referentes ao mercado e contratamos uma empresa que nos auxiliasse nesse objetivo.

BeefPoint: O que você fez em 2012 que te trouxe mais resultados?

Ricardo do Amaral Furtado: Acredito que a melhoria da gestão da propriedade como um todo, tanto no levantamento de dados de produção, como no uso mais eficiente dos recursos de produção.

BeefPoint: O que você pretende fazer de diferente em 2013? E porquê?

Ricardo do Amaral Furtado: Investir ainda mais em genética e melhorar ainda mais nossa condição alimentar na busca de aumentar a produção e diminuir custos.

BeefPoint: Qual sua mensagem para os pecuaristas?

Ricardo do Amaral Furtado: Precisamos nos unir para termos uma melhor representatividade, juntos somos fortes.

BeefPoint: Qual sua mensagem para a indústria frigorífica e varejo?

Ricardo do Amaral Furtado: Que sigam apostando na carne de qualidade e que busquem uma melhor comunicação com o produtor rural.

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1 Comment

  1. Leonardo Hamm disse:

    Gostei das perguntas , e também das colocações do colega Caco

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