Os embarques de boi em pé para o Líbano, que só neste ano somaram 29 mil cabeças, estão preocupando o Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados do Rio Grande do Sul (Sicadergs). O presidente da entidade, Ronei Lauxen, teme por um desabastecimento do mercado interno.
Embora o total previsto, de 70 mil animais, seja pequeno frente aos 2 milhões de cabeças abatidas por ano no estado, as indústrias temem crescimento ainda maior no número de terneiros exportados em pé, o que diminuiria a oferta de gado. “Além disso, a venda de terneiros não é saudável para a economia gaúcha, uma vez que são animais que deveriam engordar e ganhar valor”, concluiu Lauxen.
Para o diretor e leiloeiro da Balcão Agronegócios, empresa responsável pelas compras da Angus International em Santana do Livramento, Luigy Lopes Rodrigues, a venda de terneiros e novilhos para o Líbano é vantajosa para o produtor, uma vez que o preço pago pelo quilo do animal vivo é de R$ 1,85. O valor é superior ao pago pelo quilo do boi gordo pela indústria, em média R$ 1,70, com custos maiores levando-se em conta os cuidados e o período de engorda. A reportagem é de João Guedes, para o Jornal do Comércio/RS.