Apesar das informações prestadas ontem pela Argentina sobre o plano de combate à febre aftosa, garantindo que o foco mais próximo do Brasil está a mais de 200 quilômetros da fronteira com o Rio Grande do Sul, a polêmica sobre a vacinação do rebanho gaúcho continua crescendo. O secretário da Agricultura, José Hermeto Hoffmann, fará hoje uma reunião com a cadeia produtiva da carne, para novamente discutir a vacinação do rebanho contra a aftosa. Desta vez, o argumento para fortalecer a corrente pró-vacina, liderada pela Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul, é a resolução aprovada na última quinta-feira pelo Parlamento Europeu defendendo a vacinação preventiva do continente em razão do avanço da doença.
A Europa convive com um surto de febre aftosa no Reino Unido e focos isolados em outros países. A resolução foi aprovada por 415 votos a favor, 19 contra e 27 abstenções, e recomenda a vacinação de emergência em zonas isentas de febre aftosa para que sirvam de tampão às regiões infectadas.
Ontem, a Associação Gaúcha de Laticinistas (AGL) anunciou que poderá entrar na justiça para garantir que o Estado vacine o seu rebanho. Segundo o presidente da entidade, Ernesto Krug, se depois das discussões desta semana continuar prevalecendo a posição de não vacinar, a AGL ingressa com uma liminar na próxima segunda-feira. Krug confessou que não confia no controle sanitário da fronteira, nem mesmo na Argentina.
(Por Carolina Bahia, para Zero Hora/RS, 10/04/01)