O Departamento de Vigilância Animal, da Secretaria Estadual da Agricultura do Rio Grande do Sul, criou ontem mais dez postos móveis de vigilância sanitária na fronteira com a Argentina para combater o surto de febre aftosa que está sendo registrado no país vizinho. Agora, são dezoito barreiras, das quais duas são fixas e as restantes, móveis. Somente nos postos fixos estão instalados os rodolúvios, espécie de banheira, cavada no asfalto, com solução de iodo e água, por onde passam veículos oriundos do território argentino.
Segundo Guiomar Bergmann, chefe do Departamento de Vigilância Sanitária da Secretaria da Agricultura, o aumento da vigilância na fronteira deve-se ao temor que o surto da doença atinja novamente o Rio Grande do Sul. Ano passado, o Estado abateu cerca de 11 mil animais, contagiados por febre aftosa, na região do município de Jóia.
A área foi declarada esse mês zona livre de contágio. “Há sempre o risco de contrabando de gado”, explicou Bergmann. A importação de boi vivo, carne sem osso e produtos derivados de carne argentina estão proibidas pelo governo brasileiro. O governo argentino não admite que haja surto de febre aftosa no país, mas os pecuaristas começaram a vacinar os rebanhos de gado bovino.
O Governo gaúcho defendeu medidas mais rigorosas de controle da doença. O Ministério da Agricultura e a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), no entanto, vão aguardar até o próximo dia 7 de março para avaliarem se as medidas tomadas em conjunto com as autoridades argentinas foram suficientes para afastar a doença do território brasileiro. Se a avaliação não for positiva, o Brasil vai endurecer sua posição com relação à Argentina.
(Por Higino Barros, para Gazeta Mercantil, 01/03/01)